Coração e Mente – A busca pelo equilíbrio

Constantemente falo que a atividade do síndico requer, na mesma proporção, cérebro e coração. O cérebro, para a análise, a busca pela melhor solução dos problemas e a tomada de decisões, tudo isso tão presente no dia a dia do síndico. Isto requer conhecimento técnico, ferramentas e a experiência faz diferença. Nosso cérebro, nossa mente, está relacionada ao pensamento lógico, a análise e tomada de decisões baseadas em fatos e dados e atua como um “freio”, ajudando a evitar impulsos emocionais que podem levar a escolhas precipitadas. Como em uma situação de conflito no condomínio, é preciso manter a calma e avaliar os fatos antes de responder, evitando o impulso e reações desnecessárias. Segurando o pitbull que existe aí dentro (como diria uma ex- -aluna).
Já a emoção está diretamente ligada aos nossos afetos (e desafetos também), aos nossos sentimentos, e nos traz a sensibilidade e a empatia, tão necessárias na atividade. Síndico sem empatia, é síndico perverso. Aprender a reconhecer e lidar com nossas emoções é indispensável, isso afeta diretamente nossos relacionamentos e consequentemente, nosso relacionamento com os condôminos.
Já ouviu a expressão: “nem tanto ao mar e nem tanto à terra”?
Pois é, nem tão racional a ponto de ser rígido em relação às regras, procedimentos e dados, minimizando os sentimentos dos condôminos. Isto acaba gerando distanciamento, afetando os relacionamentos, tornando mais difícil a colaboração de todos, bem como a falta de criatividade para encontrar a solução dos problemas e até mesmo a sua intuição de se manifestar.
E o síndico muito emocional, pode ter, igualmente, dificuldades nos relacionamentos. Preocupar-se demais com as pessoas e não conseguir desempenhar suas atribuições de maneira eficaz, trazer falta de clareza para as decisões e ter reações inadequadas frente às situações.
O equilíbrio entre razão e emoção, está em saber utilizar a razão, sem esquecer dos atributos da emoção e, muitas vezes, quando utilizar uma ou outra. Na maioria das vezes, as decisões devem ser com base no equilíbrio entre as duas, mas em outras, será preciso decidir com uma delas.
Gosto do comparativo: Pense na razão e na emoção como dois remos de um barco. Se você remar apenas com um deles, o barco girou em círculos e não avançará. Para seguir em frente com estabilidade, é preciso usar ambos, cada um no momento adequado.
Desejo que sua escolha, independentemente de ser emocional, ou racional, mas que seja consciente.
Um grande abraço.
Ariane Padilha é Professora, Psicóloga, Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, Consultora e Síndica Profissional da Fator G Condomínios. Professora e Coordenadora do Curso De Pós Graduação em Gestão Condominial/FAMAQUI.