Aplicativos de condomínio: a revolução silenciosa que está transformando a comunicação e a segurança nos condomínios
De acordo com Vagner Lessa, especialista em tecnologia para condomínios, na era da hiperconectividade a gestão condominial não fica para trás. Essa afirmação é atestada com base na análise dos últimos anos, quando os aplicativos de condomínio se consolidaram como ferramentas indispensáveis para síndicos, administradoras e moradores. Ainda segundo o especialista, unindo tecnologia, praticidade e segurança, essas plataformas digitais vêm ganhando espaço em um mercado que exige, cada vez mais, eficiência e transparência.
De notificações em tempo real, a registros automatizados de entrada e saída, os aplicativos vêm redesenhando a experiência de viver em condomínio. E, para 2025, o cenário é ainda mais promissor ou inovador: “dados recentes da Associação Brasileira de Tecnologia Condominial (ABSCond) mostram que mais de 68% dos condomínios nas capitais brasileiras já utilizam algum tipo de aplicativo para gestão e comunicação interna” – revela Lessa.
Comunicação e segurança: os pilares da transformação
Um dos principais benefícios oferecidos pelos aplicativos é a melhoria na conveniência e transparência da comunicação. Com recursos como “murais digitais, chat entre moradores e síndicos, além de envio de comunicados oficiais via push (ou entrega automática distribuída para os remetentes), a informação circula de forma ágil e organizada, evitando ruídos e conflitos” – enumera Lessa.
Segurança
Já no quesito segurança, os avanços são significativos. A integração com sistemas de portaria remota, reconhecimento facial, QR Code para visitantes e controle de acesso por biometria tornam o ambiente condominial mais protegido e inteligente.
Assegura Lessa, CEO da startup Villa Fácil, especializada em soluções tecnológicas para condomínios, a tecnologia não veio para substituir, mas para empoderar a gestão condominial: “e nosso foco está em simplificar o dia a dia do síndico e oferecer uma experiência mais segura e prática para o morador. Aliás, a gestão transparente, com dados em tempo real, é um diferencial que veio para fi car”, diz, entendendo que o futuro “já se faz presente”.
Tendências: automatização e integração
O futuro “aponta para a automação integrada, com aplicativos cada vez mais conectados a dispositivos de IoT (Internet das Coisas), como sensores de presença, câmeras com inteligência artificial e fechaduras digitais” – considera Lessa. Segundo ele, a ideia é que o próprio condomínio se torne uma estrutura inteligente e autônoma, “capaz de responder a estímulos e garantir conforto, segurança e economia”.
Acessibilidade & Tecnologia
Empresas como a do especialista têm apostado também em interfaces mais acessíveis para idosos e pessoas com deficiência (PCD), além de incluir tradução simultânea e reconhecimento de voz, o que amplia a inclusão digital nas comunidades.
Um caminho sem volta
Em resumo, Lessa afirma que o avanço tecnológico nos condomínios representa muito mais do que modernização, mas sim “uma resposta às novas demandas da sociedade por eficiência, segurança, praticidade e transparência”. Em um mundo onde a informação circula em segundos, garantir “boa comunicação e segurança não é mais um diferencial, mas uma necessidade básica, e, felizmente, cada vez mais acessível” – completa o especialista.
o especialista João Alberto Britto. O porteiro, que faz o papel de controlador de acesso, deve estar “livre e desocupado de quaisquer outras tarefas para ser possível avaliar se o condutor morador está em situação de perigo e/ou cumprindo as normas de trânsito e segurança” – destaca Britto.
Estacionamento irregular e conflitos entre moradores
O uso indevido das vagas de garagem é um dos problemas frequentes nos condomínios. Moradores que estacionam em locais proibidos, ocupam vagas de visitantes sem autorização ou ultrapassam os limites demarcados para o estacionamento do veículo geram conflitos e comprometem uma boa ambiência no condomínio – aumentando o trabalho do síndico e o desgaste no relacionamento entre todos. É por esse motivo que as normas devem constar no Regimento Interno, inclusive com a previsão de sanções administrativas e financeiras.
Falta de controle sobre prestadores de serviço e entregadores
Com o aumento das entregas, a partir das compras online e dos aplicativos de transporte, muitos condomínios enfrentam dificuldades de gerenciar o controle de entregadores, motoristas de aplicativos (é o caso de Uber, 99, Cabify, Maxim, Bolt, Buson, e outros) e outros prestadores de serviço. A circulação desordenada desses veículos pode gerar riscos à segurança, além de impactar o fluxo interno.
Velocidade alta na garagem e risco de acidentes
A circulação de veículos em alta velocidade dentro do condomínio representa um grave risco, especialmente para crianças, idosos e animais de estimação. Para tanto é necessária uma fiscalização. Sem ela, podem ocorrer acidentes com frequência e tornar o ambiente inseguro para os moradores.
Falta de sinalização, iluminação e organização das faixas e vias internas
A sinalização inadequada – e, em alguns casos, a iluminação – pode afetar a rotina e fazer com que os condôminos enfrentam dificuldades para encontrar e identificar vagas; acessar com facilidade as saídas de emergência ou circular com segurança dentro do condomínio (tanto de veículos quanto de pedestres). Isso pode levar a confusão, acidentes e desrespeito às normas internas. É importante, portanto, que o síndico faça cumprir as normas do condomínio por meio da Convenção e do Regimento Interno. Muitas vezes é depois de um acidente ou necessidade que o síndico identifica a necessidade de mudança ou adequação dessas normas. Os síndicos devem ficar atentos a essas rotinas que envolvem a mobilidade ou trânsito dentro do condomínio.
FLUXO DE VEÍCULOS: COMO ORGANIZAR ISSO
A circulação de carros dentro do condomínio é um aspecto essencial para a segurança e a organização do condomínio no dia a dia da rotina dos moradores. Um fluxo sem regras claras pode gerar congestionamentos, aumentar o risco de acidentes e comprometer a segurança do local. Para evitar todos esses problemas, os síndicos precisam adotar medidas que garantam segurança, fluidez e organização do tráfego. Para os especialistas, as melhores estratégias para resolver esses problemas dentro do condomínio são:
- Regras claras para moradores, visitantes e os prestadores de serviço
A primeira etapa para organizar o trânsito no condomínio é definir regras bem estruturadas, que precisam ser comunicadas a todos os moradores e frequentadores do espaço. Sem normas claras, o risco de conflitos e desordem aumenta significativamente.
- O que não pode faltar no regulamento interno?
(a) direitos e deveres dos moradores sobre o uso das vagas e circulação de veículos; (b) horários e procedimentos para entrada de prestadores de serviço e entregadores; (c) política para visitantes, incluindo necessidade de autorização prévia e tempo máximo de permanência; (d) punições para descumprimentos, como advertências e multas, garantindo o cumprimento das regras. Observação: o Código Civil (art. 1.336, inciso IV) determina que cada condômino deve respeitar as normas internas para garantir o bom funcionamento do condomínio.
- Identificação e autorização prévia de veículos: rotina aumenta segurança e reduz acidentes
A falta de controle sobre quem entra e sai do condomínio pode representar riscos à segurança dos moradores. A identificação obrigatória dos carros de visitantes e prestadores de serviço impede acessos indevidos e melhora a gestão do trânsito. Para isso, gestores podem optar por um sistema que permite o cadastro antecipado de visitantes e prestadores de serviço para agilizar a liberação na portaria. Com sistemas inteligentes de gestão condominial, como o da Villa Fácil, do especialista Wagner Lessa, “moradores podem liberar visitantes e prestadores de serviço pelo celular, reduzindo burocracias e evitando filas na portaria, o que é ótimo para a ambiência e melhor prestação de serviços por parte da gestão do condomínio”.
- Sinalização e demarcação de áreas de circulação
Sem placas indicativas e sinalização no solo, o fluxo de veículos pode se tornar caótico, aumentando o risco de acidentes e dificultando a organização do trânsito interno. Em condomínios maiores, é importante instalar placas de trânsito internas, indicando velocidade máxima, sentido de circulação e áreas de estacionamento. Além disso, também é essencial sinalizar vagas de visitantes, idosos e defi cientes, garantindo acessibilidade e organização. Uma observação importante: a responsabilidade pela manutenção da sinalização é do síndico e da administradora, conforme o Código Civil (art. 1.348, inciso V).
- Limitação de velocidade dentro do condomínio
A circulação de veículos em alta velocidade dentro do condomínio é um dos principais riscos para acidentes, principalmente em locais com crianças, idosos e animais de estimação. Para evitar problemas, o gestor pode utilizar a convenção para definir um limite máximo de velocidade entre 10 e 20 km/h. Além disso, também é importante colocar placas de aviso alertando sobre a velocidade máxima e presença de pedestres.
- Aplicativos e softwares para controle de acesso
A tecnologia é uma grande aliada na gestão do fluxo de veículos no condomínio. Softwares e aplicativos facilitam a liberação de acessos, reduzem filas na portaria e garantem mais segurança no controle de visitantes. Com alguns aplicativos especializados, síndicos e administradoras têm acesso a um sistema completo de gestão condominial, facilitando o controle de entrada e saída de veículos com mais segurança e praticidade.
Em resumo, garantir um fluxo de veículos organizado no condomínio não é apenas uma questão de conveniência, mas de segurança e boa convivência. Regras claras, sinalização eficiente e uso inteligente da tecnologia ajudam a evitar conflitos, agilizam o acesso e reduzem riscos de acidentes. Quando todos respeitam as normas e o síndico conta com boas ferramentas de gestão, a circulação de veículos deixa de ser um problema e passa a ser um processo fluido e seguro. Com a Villa Fácil, a gestão condominial se torna mais prática, moderna e eficiente, garantindo controle total sobre acessos, reservas de vagas e segurança viária.
- Mudança de Cultura e adaptação
De acordo com o advogado e especialista em condomínios, Ramon Luiz, quando o assunto é a tecnologia dentro dos condomínios, na grande maioria das vezes o maior entrave são os próprios condôminos. Acostumados a uma rotina manual, encontram dificuldades para entenderem e conviverem com uma IA que facilitará a sua rotina Condominial. Por isto o Síndico deverá ter uma habilidade de gestão muito aguçada no sentido de realizar uma transição pacífica e eficiente, proporcionando uma redução de custos aliado a esta mudança de cultura e rotina, que ao final se mostrou positiva.
“dados recentes mostram que mais de 68% dos condomínios nas capitais brasileiras já utilizam algum tipo de aplicativo para gestão e comunicação interna”
Ricardo Sigel
Sócio fundador e diretor da GaragePlan. Diretor de Arquitetura é arquiteto formado (Universidade Tuiuti – PR). Ele traz o olhar técnico e funcional para a elaboração dos projetos GaragePlan. Deu início a sua carreira com projetos industriais na região metropolitana de Curitiba e traz em sua bagagem experiência de mais 7 anos com escritórios internacionais, com o desenvolvimento de arquitetura comercial, esportiva, “Parking” e urbanização. Com MB&A. Millet, Biosca & Ass. SL em Barcelona-ESP e ABAA, Alonso, Balaguer i Arquitectes Associats, SL em Barcelona-ESP e Rio de Janeiro-BRA.
Ramon Perez Luiz
Advogado, Professor e Síndico. Secretário Geral Adjunto da Comissão Nacional de Direito Imobiliário da ABA, Diretor da ANACON RS, Membro da Comunidade Experts em Condomínios – CEX, Coautor da obra “Condomínio: aspectos práticos da inadimplência e cobrança de cotas”.