Falar em público: O desafio das assembleias

Aexposição oral é um tipo específico de comunicação, relativamente formal, no qual um especialista dirige-se a um auditório, de modo bem organizado, com ideias hierarquizadas, para lhe transmitir informações, descrever ou explicar algo. Podemos aplicar esse conceito às assembleias condominiais: temos aí o presidente da mesa, que fala a um grupo de condôminos para relatar dados, discutir ideias, aprovar propostas etc.
Nesse gênero do discurso, o expositor deve, ao longo de sua comunicação, avaliar a novidade e a dificuldade daquilo que expõe, permanecendo atento aos sinais que lhe são enviados pelos ouvintes e, na medida do necessário, reformulando o modo de se expressar.
No caso das assembleias, então, podemos dizer que a pessoa que a preside, ao mesmo tempo em que discorre sobre os itens em pauta, precisa observar a reação dos condôminos para que possa ajustar seu modo de se expressar, evitando assim ruídos de comunicação. Pode ser preciso acelerar a fala, por exemplo, ou esclarecer melhor um ou outro ponto, dependendo do que os ouvintes sinalizarem.
Além disso, toda apresentação oral formal exige um cuidado com o emprego da língua, por isso o apresentador deve adequar sua fala à variedade padrão do português, evitando termos que levem a interpretações ambíguas. D  mesma forma, o vocabulário e as estruturas precisam imprimir um tom gentil, porém impessoal, adequado à situação de pouca ou nenhuma proximidade entre os interlocutores.

O mais importante, entretanto, é que o apresentador garanta que a plateia mantenha a atenção em sua fala, bem como compreenda o conteúdo compartilhado. Para tanto, pode utilizar recursos complementares, como exposição de slides, apresentação de vídeos, gráficos, imagens e outras ferramentas. Nesse sentido, é necessário que a condução de uma assembleia seja muito bem planejada e roteirizada. O presidente da mesa pode, também, pontuar no início de sua apresentação os itens mais relevantes sobre os quais o foco deve ser mantido, o que ajuda a evitar o prolongamento desnecessário da reunião.
Por fim, lembremos que, assim como na escrita temos ilustrações, elementos gráficos, símbolos etc, na fala existe a gestualidade, o olhar, o movimento e posicionamento do corpo. São recursos expressivos que extrapolam a dimensão verbal e podem ser explorados a fim de aprimorar a comunicação oral, contribuindo para assembleias condominiais concisas e eficientes.

Cecília Egito é professora e revisora de texto em Língua Portuguesa, com prática nas duas atividades há quase duas décadas. Doutora em Estudos da Linguagem, mestre em Letras pela PUC- -Rio e graduada em Letras pela Uerj

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