ESG e condomínios
Sempre falamos dos princípios civis que norteiam os Condomínios, e os chamamos dos “S”: segurança, sossego e salubridade (saúde). Mas hoje, em um mundo cada vez mais consciente da necessidade do desenvolvimento sustentável, temos que acrescer entre esses princípios a SUSTENTABILIDADE.
E, embora no contexto condominial seja algo ainda pouco divulgado, as empresas e organizações já adotaram o chamado ESG, uma sigla em inglês, que significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
No contexto dos condomínios é uma ferramenta inovadora e poderosa para aprimorar a gestão, gerar benefícios para os Condôminos, Síndicos e Funcionários e conscientização da sociedade como um todos, afinal a maioria não conhece e muito pouco se fala sobre o tema.
Adotar práticas de ESG na gestão condominial significa ir além da mera administração das unidades. Significa abraçar a responsabilidade socioambiental e implementar ações que contribuam para um futuro mais sustentável, justo e próspero para todos. E assim como o Condomínio tem seus pilares, a ESG possui três pilares:
1. Ambiental: concentra-se na preservação do meio ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável. Alguma das medidas que podem ser inseridas no dia a dia dos condomínios são diretamente relacionadas a reduzir o impacto ambiental colocando medidas como a economia de água e energia, a coleta seletiva de lixo, a utilização de materiais reciclados e a implementação de sistemas de energia renovável, minimizar seu impacto no meio ambiente e contribuir para a preservação dos recursos naturais. Ainda, incentivar o uso de transporte alternativo, como bicicletas e caronas, a criação de hortas comunitárias e a utilização de produtos de limpeza biodegradáveis são ações que promovem a sustentabilidade no dia a dia do condomínio.
2. Social: relacionado ao convívio entre os moradores do condomínio, sobre as relações dos funcionários com os moradores, os direitos do condôminos e a boa convivência, como criar espaços de lazer e convivência, promover atividades culturais e esportivas, e estimular a participação dos moradores nas decisões do condomínio são medidas que fortalecem o senso de comunidade e o bem-estar social. Assegurar a acessibilidade universal para todos os moradores, incluindo pessoas com deficiência e idosos, é fundamental para a inclusão social e a construção de um ambiente acolhedor para todos. Afinal, Condomínio é um local onde várias famílias com diferenças culturais e estruturais podem morar e/ou trabalhar, sendo essencial valorizar a diversidade cultural, étnica e religiosa dos moradores/funcionários/prestadores de serviço, combatendo qualquer tipo de discriminação e promovendo a inclusão social, são ações essenciais para construir uma comunidade mais justa e harmoniosa.
3. Governança: são colocadas ações éticas e sociáveis, feitas para um condomínio ter uma administração transparente e respeitosa entre os condôminos e o condomínio. Como adotar práticas de gestão transparentes, como prestação de contas clara e efi ciente, permitir que os moradores acompanhem as decisões e os gastos do condomínio, construindo um ambiente de confiança mútua. Incentivar a participação dos moradores nas assembleias, decisões e atividades do condomínio é crucial para a construção de uma gestão democrática e responsável. Gerenciar os recursos do condomínio com responsabilidade, buscando reduzir custos e otimizar investimentos, garante a sustentabilidade financeira da organização e a qualidade dos serviços prestados aos moradores.
Fica claro que a adoção de práticas de ESG na gestão condominial gera benefícios abrangentes para todos os envolvidos, ao meio ambiente, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e para um futuro mais sustentável; qualidade de vida, maior senso de comunidade, valorização do patrimônio e acesso a um ambiente mais seguro e saudável, redução de custos, aumento da atratividade para novos moradores, melhor reputação e maior competitividade no mercado imobiliário.
Por fim, é possível compreender que através da inclusão de prática ESG em condomínios, estará ajudando a construir um mundo melhor e terem um desempenho financeiro e economia a longo prazo com melhor qualidade de vida para aqueles que vivem, administram e cuidam do local.
Alessandra Bravo Advogada Condominialista Animalista, Proprietária da ABRAVO – Advocacia e Assessoria Jurídica Especializada, Diretora da ANACON SP (Associação Nacional da Advocacia Condominial), Coordenadora do Núcleo de Direito Condominial da Comissão da Jovem Advocacia da Seccional da OAB/São Paulo, Membro da Comissão de Direito Condominial da Seccional da OAB/São Paulo, Membro da ABA – Comissão Nacional de Direito Imobiliário, Mestranda em Direito Constitucional Civil, Pós-graduada em Contratos e Gestão Condominial, Sindica Profissional há + 10 anos, Mediadora e Conciliadora Condominial pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Especialista: Administração Condominial, Compliance Condominial, Direito Animalista, Engenharia Condominial, Incorporação Imobiliária, Direito Tributário para Condomínios, Direito Imobiliário, Direito Trabalhista para Condomínios, Aplicação de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para Condomínios, Professora da ESA (Escola Superior de Advocacia Nacional), Professora do Proordem – Campinas, Professora do Aprimora (Rio de Janeiro), Docente da Pos-graduação do IDD Educação Avançada – Engenharia Condominial (Curitiba/PR), Coordenadora Pedagógica da Pós-graduação em Direito, Engenharia e Gestão Condominial e Imobiliária do Proordem.,Articulista e Palestrante Nacional