Gestão de ativos: pode garantir vantagem competitiva para uma organização?
Com o avanço acelerado da globalização e da competitividade e o estreitamento das relações comerciais, é indiscutível que os critérios para que uma organização obtenha sucesso no mercado sofram constante evolução. Fatores associados a este ambiente mutante e instável o tornam cada vez mais complexo.
As razões para esta contínua evolução incluem: substancial aumento no nível de consciência do consumidor, mudanças nas demandas de mercado, aumento dos níveis de complexidade dos produtos e dos serviços – aumento da capacidade de personalização oferecido com a entrada da constante inovação baseada em novas tecnologias e capacidade informacional – além da emergência e o avanço das tecnologias gerenciais.
Neste cenário, o desenvolvimento de novos serviços ou o aprimoramento de serviços existentes que venham atender essas mudanças e garantam maior competitividade para o empreendimento, são desafios inerentes a qualquer estratégia adotada por uma organização.
Desse modo, o processo de desenvolvimento de estratégias de gestão que busquem a otimização de recursos (e investimento em inovação), assume um papel fundamental para o sucesso ou fracasso das empresas.
E para entender um pouco mais sobre gestão de ativos que fomos conversar com Ricardo Delmassa, Gerente de Properties da GaragePlan, e suas implicações para a gestão de condomínios.
Repórter da Revista dos Condomínios – Gestão de ativos. Qual a relação desse tema com a gestão de condomínios? Gestão de ativos não está associado ao mercado financeiro?
Ricardo Delmassa – Os serviços de gestão de ativos (Asset Management) tiveram ampla associação ao mercado financeiro – em razão das operadoras terem vinculado mercadologicamente o termo aos fundos de investimentos. Entretanto, tais serviços não se resumem exclusivamente à gestão dos diversos tipos de fundos de investimento existentes no mercado. A gestão de ativos está diretamente ligada a todo e qualquer tipo de administração de bens tangíveis e intangíveis que pertençam às organizações.
No caso dos condomínios, mesmo os residenciais, a gestão dos ativos está diretamente ligada às boas práticas de gestão das áreas comuns, seus equipamentos, como por exemplo, mas não se limitando, elevadores, casas de máquinas, casas de bombas, sistemas de prevenção e combate a incêndios, sistemas de controle de acesso de veículos e pessoas, manutenção e conservação dos espaços comuns e a garantia de que toda a documentação legal para o pleno funcionamento do condomínio esteja rigorosamente em dia. Todos estes itens, embora tangíveis, estando todos em ordem, garantem um dos principais ativos intangíveis dos condomínios. Aquele que está ligado à sua imagem.
Repórter da Revista dos Condomínios – Independente, então, de qualquer setor de mercado que se opere?
Ricardo Delmassa – Exato. Independente do segmento, todas as organizações, empreendimentos de diversos segmentos, condomínios industriais e comerciais enfrentam, a cada dia, um mercado extremamente competitivo e mutante. A maioria dos empreendedores ou gestores financeiros – no caso dos condomínios podemos citar os síndicos profissionais – ao se depararem em dado momento com a repentina perda de receitas, invariavelmente, lançam o foco de suas ações em esforços para alavancagem de receitas, deixando escapar outros detalhes que estão diretamente ligados à gestão de seus ativos.
Repórter da Revista dos Condomínios – Como, por exemplo?…
Ricardo Delmassa – No mundo dos negócios, competitividade sempre foi sinônimo de capacidade de sobreviver, superar obstáculos e prosperar. Os meios mais eficazes para isso vêm variando ao longo do tempo, de acordo com a inserção de novas tecnologias e metodologias de gestão.
Neste cenário, o Asset Management surge como uma potente ferramenta na busca por maior competitividade, visto que esse modelo se refere ao processo de gerenciar os ativos de uma empresa, organização ou indivíduo (no caso, o síndico profissional) de forma a maximizar o seu valor e potencial de retorno.
Traçando-se um paralelo entre um gestor de fundos e um síndico profissional, encontramos similaridades no que diz respeito à busca pela competitividade. O gestor de fundos tem como principal responsabilidade tomar decisões estratégicas sobre a aplicação dos recursos financeiros em um Fundo de Investimento.
Já o síndico profissional tem como seu principal objetivo garantir a adimplência dos condôminos para que assim possa planejar “seus investimentos” no condomínio, perseguindo principalmente o melhor custo x benefício no que diz respeito às adaptações, melhorias, reformas manutenções e conservações.
Um condomínio bem gerido pode contribuir para um menor custo de ocupação total, que nada mais é do que a somatória dos custos de aluguel, IPTU e condomínio de um locatário, por exemplo. Um condomínio de alto custo vai obrigar quem investiu em uma unidade para obter receita a manter o aluguel baixo, pois, caso contrário, corre o risco da unidade ficar desocupada.
Quando se consegue congregar em um mesmo espaço grande gama de serviços bem geridos pelo síndico e uma taxa condominial justa, o valor do aluguel pode ser bem mais satisfatório para um investidor. É neste sentido que os síndicos profissionais despontam como um importantíssimo contribuidor para a gestão dos ativos de um empreendimento.
Repórter da Revista dos Condomínios – E do que se trata o Asset Management, detalhadamente?
Ricardo Delmassa – Pode envolver a gestão de investimentos, operações e manutenção de ativos tangíveis (como equipamentos e propriedades) e intangíveis (como propriedade intelectual, imagem e reputação da marca). No caso de um síndico profissional tratam-se da gestão de bens, direitos, regras avençadas nos documentos legais e valores imprescindíveis para o pleno funcionamento de um empreendimento.
Um exemplo clássico, da ausência da gestão de ativos, se dá quando o síndico deixa de conservar os equipamentos de prevenção e combate a incêndios ou não se atem à renovação das licenças legais, especialmente aquelas relacionadas ao Corpo de Bombeiros e o empreendimento venha a sofrer um sinistro.
Por menor que sejam os danos há uma série de consequências que se seguirão e causarão prejuízos financeiros (tangíveis) e de imagem (intangíveis) ao empreendimento, empreendedores e investidores. A ausência de um certificado de recarga de extintores ou a ausência do certificado de licença dos bombeiros pode acarretar inclusive a recusa das seguradoras em cobrir os danos.
A gestão de ativos é essencial para garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e eficaz, contribuindo para o sucesso das organizações e empreendimentos no longo prazo e, além disso, garantindo-lhes maior competitividade.
Repórter da Revista dos Condomínios – O que informam as boas práticas em Asset Management? Quais seriam os indicadores referenciais?
Ricardo Delmassa – As boas práticas de gestão dos ativos tangíveis e in- 27 tangíveis das organizações dependem de inúmeros fatores, como por exemplo, mas não se limitando, a: treinamento, qualificação, competências e habilidades dos recursos humanos, parque de hardwares disponíveis, softwares disponíveis entre diversos outros.
Em raras oportunidades o empreendedor possui a capacidade de congregar tudo isso para garantir que a gestão dos ativos seja profissional. Neste ínterim pode acontecer duas situações: a primeira, ou o empreendedor deixa de executar etapas importantes da gestão de ativos ou, segunda hipótese, as realiza de forma quase amadora.
Repórter da Revista dos Condomínios – E qual a proposta da Garageplan em relação à gestão de ativos?
Ricardo Delmassa – Ao identificar tais necessidades de gestão, a Garageplan as transforma em oportunidades para disponibilizar as melhores práticas de gestão de ativos – inclusive aquelas ligadas ao ramo de estacionamentos, que se trata de um segmento de difícil entendimento por parte dos empreendedores, tendo em vista os inúmeros modelos de contratação. Desta forma todos os segmentos podem desfrutar desta modalidade de gestão, sem necessariamente aportar grandes investimentos
Antonio Juchem
Diretor de Engenharia., Diretor financeiro (2001-2015) com experiência no mercado de varejo e indústria (1995-2000). Atuou como controlador, com expertise na análise risco e mercados de investimentos. Com bagagem no Desenvolvimento de produtos e serviços para diversas corporações no seguimento da indústria moveleira e produtos financeiros. Gestor de planejamento econômico atuando 14 anos como CFO na organização de terceiros e familiar. Em (2015-atual) ingressou no mercado da construção civil inicialmente como gerente comercial na Garageplan e atualmente como diretor de engenharia e planejamento.
Ricardo Sigel
Sócio fundador e diretor da GaragePlan. Diretor de Arquitetura e um dos fundadores da GaragePlan® (2013). Arquiteto formado (Universidade Tuiuti – PR/2003), traz o olhar técnico e funcional para a elaboração dos projetos GaragePlan. Deu início a sua carreira com envolvimento direto em projetos industriais na região metropolitana de Curitiba e traz em sua bagagem uma experiência de mais 7 anos com escritórios internacionais, com o desenvolvimento de arquitetura comercial, arquitetura esportiva, arquitetura “Parking” e urbanização. Com MB&A. Millet, Biosca & Ass. SL em Barcelona-ESP e ABAA, Alonso, Balaguer i Arquitectes Associats, SL em Barcelona- -ESP e Rio de Janeiro-BRA.
Ricardo Delmassa
Gerente de Properties. Formado em administração de empresas (ênfase em gestão de negócios); é especializado em estudos de viabilidade operacional e financeiro. Tem ampla experiência na implantação e gestão de estacionamentos de diversos portes e em todos os segmentos. Atuou na implantação e gestão de departamentos operacionais e de segurança patrimonial em diversos shoppings centers com excelentes resultados na gestão profissional do segmento, que culminaram, através do planejamento e acompanhamento orçamentário, na otimização de recursos e redução de custos. Atuou junto a grandes incorporadoras para identificar a vocação de terrenos e outros imóveis para que empreendedores obtivessem maior assertividade no processo decisório na destinação destes bens