Poder X Autoridade na Sindicatura
Dia destes, vendo comentários em um post de Instagram, me chamou a atenção os comentários de condôminos que relatavam abusos de poder de síndico. Aberrações como toque de recolher às 22horas, não permitir morador de utilizar determinadas áreas, implantações e aquisições, sem aprovação de assembleia, e por aí vai. Decisões totalmente aleatórias e sem cabimento, demonstrando total abuso de poder (seja síndico morador ou profissional). E a expressão mais citada, “acha que é dono do condomínio”.
Síndico é o representante eleito, para representar a coletividade. Precisa cumprir leis, normas, convenção e regimento interno (precisa de conhecimento, para isso). Mas… além de tudo isso, precisa ter AUTORIDADE e saber lidar com o PODER. Nas relações entre síndicos e condôminos, isso faz toda a diferença.
O poder, que é conferido ao Síndico, sim ele tem poder, que vem da responsabilidade de tomar decisões que impactam não apenas o condomínio, mas também a vida das pessoas. Este poder, se utilizado de forma arbitrária, impondo sua vontade sobre a coletividade, tentando controlar o comportamento alheio, criando regras das vozes de sua cabeça rsrsrs, é autoritarismo e com certeza, dificuldade e inabilidade de lidar com o poder a ele confiado. E em condomínio, isso é totalmente inconcebível, pois ele representa a coletividade e tem funções bem definidas na legislação. Este tipo de comportamento só gera conflitos e insatisfações, por parte dos condôminos.
Já, exercer sua autoridade é utilizar do poder da função, tomar as decisões e atitudes necessárias, ser legitimado e respeitado pela sua autoridade. É realmente exercer sua liderança.
É preciso saber equilibrar e utilizar o poder e a autoridade de maneira que inspire confiança e respeito e não repulsa e conflitos. Um síndico que abusa do poder se torna autoritário, gerando um clima de insatisfação. Por outro lado, um síndico que não exerce sua autoridade pode parecer fraco ou indeciso, gerando falta de confiança na liderança.
Síndico, desenvolva sua autoridade, sua liderança. Engaje os moradores quanto ás regras (e não as das vozes da sua cabeça) e aprenda a lidar com seu poder. Não manche a atuação de diversos outros síndicos que lideram uma coletividade, envolvem a todos, respeitam os limites de atuação do síndico e utilizam seu poder para tomar as melhores decisões. É muito ruim vermos a função ser tão depreciada nas redes sociais. Ajuda aí… Um grande abraço.
Ariane Padilha Professora, Psicóloga, Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, Consultora e Síndica Profissional da Fator G Condomínios. Professora e Coordenadora do Curso De Pós Graduação em Gestão Condominial/FAMAQUI.