O que te motiva a ser síndico?
Sabemos a importância da busca pelo autoconhecimento, ele é a base para que possamos lidar melhor com nossas emoções, controlar nossos impulsos, entender nossas motivações, tomar as melhores decisões no que diz respeito às nossas escolhas, nos apropriarmos de nossas forças e buscar o desenvolvimento de habilidades que nos são necessárias.
A função de síndico requer muitas habilidades, causa repulsa em alguns e verdadeira paixão em outros. Mas o que nos leva a assumir esta função? O que nos motiva?
Dentre as várias teorias motivacionais, existe uma que considero perfeita para a função do síndico, a teoria do psicólogo americano David C. McClelland. Para ele, agimos motivados por três necessidades, que chamamos de Realização, Afiliação e Poder. Todo síndico é movido por uma destas necessidades, encontre a sua.
Realização – o síndico movido pela realização é aquele que busca o desafio de realizar, trazer melhorias e resolver os problemas. Busca se desenvolver, se sente responsável, define objetivos, deseja fazer o melhor e de maneira mais eficiente e ser reconhecido por isso. Porém, deve estar atento para a coletividade, pois pode ter uma tendência a atuar e tomar decisões de forma isolada e individual, o que não é papel do síndico, e não esquecer de planejar e ter uma metodologia adequada para realizar suas ações.
Afiliação – o síndico movido pela afiliação valoriza e preocupa-se com as relações sociais e afetivas, é cordial, busca relações próximas e positivas, estimula a participação e integração de todos no condomínio. A forte necessidade de aceitação do grupo pode comprometer a liderança frente às decisões que possam ser necessárias, porém impopulares.
Poder – é o síndico do controle. Gosta de controlar e exigir que as regras sejam cumpridas, exercendo impacto sobre as pessoas. São persuasivos e possuem uma alta necessidade de poder, gostam do status e do prestígio. São mais competitivos do que colaborativos, o que também pode dificultar as relações com os condôminos.
As três motivações são fundamentais no papel do síndico. Todos temos uma predominante e ainda um pouco de cada uma, e devemos estar atentos à qual deve ser mais desenvolvida e qual pode estar se sobressaindo de maneira negativa.
É preciso buscar um equilíbrio para o bom desempenho da função. O bom síndico é realizador das ações, precisa pensar nas pessoas e na coletividade e manter o controle de tudo.
Um grande abraço.
Ariane Padilha é professora, psicóloga, especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, consultora e síndica profissional da Fator G Condomínios, além de professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão Condominial da Famaqui.