A atuação do síndico no pós-pandemia

Aatuação do síndico no pós-pandemia se mostra cada vez mais essencial. O fim da emergência sanitária global ainda é recente, mas as transformações diante do cenário mundial fizeram com que nosso papel ganhasse valores ainda mais complexos e vitais para o bem-estar da comunidade condominial. Além das tradicionais responsabilidades de representação e administração impostas pela legislação civil, nós, síndicos, devemos atentar-nos ainda mais às determinações do artigo 1.135, incisos I e II do Código Civil e, em consonância, devemos orientar os condôminos sobre os 3S (sossego, saúde e segurança), regras do direito de vizinhança, esculpidos no artigo 1.227 do CC, entre outros.

No cenário de isolamento social, os condôminos passaram a lidar com questões que antes não viam como de interesse da coletividade, devido à vida agitada fora de casa. Desde então, a necessidade da comunicação transparente e eficaz foi se tornando cada vez maior. Nós, síndicos, passamos a perceber a importância de acompanhar os moradores de perto, e, com inteligência emocional e empatia, pudemos facilitar o acesso ao conhecimento dos direitos e deveres na relação condômino-condomínio.

Toda mudança depende de um síndico que possua o olhar voltado ao bem estar dos condôminos, prezando sempre pela não onerosidade da coletividade condominial nas implementações das inovações. São exemplos de inovações: a atualização da legislação voltada à vida nos condomínios, como a alteração de dispositivos do CC para incluir a possibilidade da assembleia em sessão permanente e virtual; leis diretamente voltadas à proteção da mulher, do idoso, criança e adolescente; portarias virtuais, adequação à Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.

É crucial reconhecer os desafios emocionais enfrentados pelos síndicos. A pressão para tomarmos decisões difíceis e lidar com conflitos se intensifica a cada dia. Nós síndicos, portanto, devemos, além de gerir o condomínio, utilizar a inteligência emocional para nos comunicarmos e nos fazer ouvir pela coletividade. A valorização e o apoio à nossa atuação são peças fundamentais para o melhor desempenho da função.

Em resumo, o papel que nós, síndicos, temos no pós- -pandemia, evoluiu para uma função multifacetada, que exige habilidades como liderança, adaptabilidade e empatia. É um (en)cargo que requer não só habilidade com questões práticas, mas também impacta diretamente na qualidade de vida e na segurança de todos.

Edilene Costa é advogada condominialista desde 2013. Síndica 5 Estrelas. Pós Graduanda em Direito e Gestão Condominial. Conciliadora e Mediadora Extrajudicial. Membro Regional Efetivo da Comissão de Direito Condominial da OAB-SPi.

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