Água é vida!

De caixas d’água a bebedouros, gestores precisam ficar atentos à qualidade da água nos reservatórios dos condomínios

 

GABRIELA COSTA

Não é difícil entender a importância de se manter um controle da qualidade da água que circula pelos condomínios. Se uma única residência, como uma casa, necessita de um fluxo puro e contínuo para que se possa realizar as diversas atividades que dependem de água, imagine um local com muitas unidades habitacionais, diversas famílias e ainda mais processos.

Por isso, os síndicos ou gestores condominiais em geral não podem relaxar quando o assunto é o reservatório de água. Para entendermos melhor a perspectiva de um responsável em relação ao assunto, conversamos com a síndica profissional Gabriela Costa a respeito dos pontos mais importantes e que precisam de grande atenção.

Primeiramente, Gabriela apontou como é importante seguir, de maneira rígida, o planejamento de manutenção, especialmente a periodicidade. “Precisamos cumprir a periodicidade dos serviços de limpeza dos reservatórios a cada seis meses ou, havendo alguma intercorrência imediata, fazer a realização do serviço conforme manda a legislação. Outro ponto importante é contratar empresas que sejam credenciadas junto aos órgãos de controle e fiscalização da qualidade da água”, comentou.

O que não pode ficar em segundo plano durante essa manutenção são os responsáveis pelo serviço. Como em outras atividades no condomínio, o síndico não pode simplesmente contratar a primeira empresa que aparece. É recomendado realizar uma pesquisa baseada em sua rede de contatos, dando preferência aos nomes que possuem relevância no mercado e já prestaram serviço de excelência para conhecidos. Encontrar referências positivas na web também ajuda a gerar confiança.

A síndica disse o que uma empresa qualificada precisa fazer para garantir a qualidade dos reservatórios: “Após a realização da limpeza, a empresa contratada retorna ao condomínio para coletar amostra de água e executar a potabilidade da mesma. Essa água vai para o laboratório, e é emitido um certificado de potabilidade da mesma, que devemos afixar em local visível do público. Lembrando que somente empresa constituída e credenciada nos órgãos oficiais pode emitir certificado de limpeza dos reservatórios de água potável”, disse.

Obviamente, o gestor precisa estar presente durante todas as fases da manutenção, verificando se os funcionários estão utilizando os devidos EPI’s, os equipamentos de limpeza adequados, se estão em bom estado de saúde e utilizando máscaras ao entrarem nos reservatórios.

Contudo, outros problemas podem acontecer, e aqui nos referimos especialmente ao Rio de Janeiro, onde muitos condomínios estão passando por episódios de falta de água, seja por problemas internos ou racionamentos. Gabriela apontou alguns fatores que podem culminar nesse problema:

1) não houve um acompanhamento por parte do zelador de entrada da água compatível com o consumo do condomínio, havendo uma falha nesse quesito.

2) a falta de abastecimento se deu por um acidente. Por exemplo, vários vazamentos de caixas de descarga no condomínio, e o zelador não acompanhou no dia a dia.

Ela também apontou que, caso os síndicos e zeladores tenham consciência dos volumes de água, não se faz necessário contar com um carro-pipa logo de cara, e que esse serviço só seria imprescindível caso os níveis dos reservatórios precisassem ser equilibrados, mas ela, novamente, mostrou como esse acompanhamento é importante, falando que o responsável precisa “questionar de onde o fornecedor está trazendo essa água” e exigir uma nota fiscal para controle de procedência.

Bebedouros – Claro que os apartamentos não são os únicos que precisam de água potável e de qualidade circulando diariamente. Por todo espaço condominial, é comum encontrarmos bebedouros que, para quem se exercita nas dependências do condomínio, são uma ótima forma de se hidratar caso tenham esquecido de descer com uma garrafa própria. Assim como a água que chega até os banheiros, o controle precisa ser feito com regularidade e, de alguns anos para cá, se fez obrigatória a presença de filtro. “É recomendável a troca dos cilindros de seis em seis meses, de preferência com a empresa da marca do filtro em razão da garantia do equipamento e da qualidade”, afirma Gabriela.

Por fim, ela também apontou que os bebedouros não podem ser instalados em qualquer lugar, e precisam ser indicados por profissionais capacitados. “Temos que observar qual a finalidade para instalação do filtro. Se para atender aos funcionários ou ao público (moradores, visitantes). Por orientação dos técnicos de segurança do trabalho, o filtro tem que ficar em local de fácil acesso do trabalhador. E para os moradores e visitantes, verificar qual o melhor local nas dependências do condomínio, geralmente na área do play, quadra esportiva ou próximo à academia, vai depender de cada caso”, finaliza.