Além dos números: administrar é reconhecer forças e fraquezas
Em homenagem ao Dia do Administrador, celebrado em 9 de setembro, Fernando Schneider, da Apsa, faz um panorama da profissão
FERNANDO SCHNEIDER
Papel e caneta na mão é hora de verificar o que se tem e traçar o que se almeja. Atingir o melhor resultado com o menor emprego de recursos é a forma pela qual o homem tem sobrevivido ao longo da história. E fazer esse cálculo se tornou tão rotineiro que passou a exigir tempo e esforço de elaboração. Assim, a ciência da Administração veio ao mundo e reivindicou seu especialista, o administrador, cuja profissão é celebrada em 9 de setembro.
Para entender o que significa exercer a atividade, sobretudo nos condomínios, a REVISTA DOS CONDOMÍNIOS conversou com Fernando Schneider, diretor-superintendente da Apsa, empresa que é referência em gestão de propriedades urbanas e no setor imobiliário. Olhar só para os números não é suficiente. Tem que ser vulnerável para reconhecer as forças e também as fraquezas, ele adianta.
No mercado há cerca de 90 anos, a Apsa ganha destaque pelo programa interno de formação de sucessores, entre outros motivos. Um líder tem que saber inspirar e delegar, ressalta Fernando. Ele explica que o administrador é aquele que coleta, analisa e relaciona informações, tanto do ambiente interno quanto externo, a fim de ter uma visão macro da situação. Cumprida essa etapa, resta divulgar o resultado, prover os recursos para que os demais possam colocá-lo em prática e acompanhar o processo de concretização. Para tanto, é preciso ter os pilares da profissão — planejar, organizar, dirigir e controlar — “na veia”.
Nos condomínios, a quantidade e a diversidade de pessoas, necessidades e hábitos exige justamente uma regra que padronize a utilização do espaço e o preserve. Mas, como o que costuma acontecer, ao menos, nos condomínios pequenos ou recém-inaugurados, é que a liderança seja assumida pelos próprios moradores, há exceções e exceções. Nesse caso, a intimidade com o local e os vizinhos faz com que a linha entre o favor e o descuido seja bem tênue. Por isso, o condomínio “carece de mais planejamento do que a gente enxerga”, enfatiza Fernando. Para ele, indício da demanda por qualificação e profissionalismo é o crescimento da busca por síndicos profissionais ou externos.
E o futuro traça novos caminhos para os administradores — além de, claro, novos desafios. Se, de um lado, a tecnologia altera o realizar de cada atividade e abraça funções que, antes, cabiam às mãos humanas, de outro, são as pessoas que exigem atenção. O fluxo de funcionários e clientes é tão grande e a bagagem de cada um, tão diversa, que toda conversa tem que ser personalizada. É preciso entender as dores e motivações, fornecer uma experiência a cada interação. Esse é o mundo de negócios que se forma, finaliza o administrador.
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