A relação de prejuízos em terras com perdas familiares graves
Se formalmente falarmos sobre prejuízos em terras e afins, chegaremos a resultados como ligações com imprudências financeiras, artifícios encontrados pelo caminho que levaram a perdas substanciais, ou até pessoas que enganam sócios e similares. Mas a pergunta a ser feita é: POR QUE BUSCAMOS ESSE TIPO DE NEGÓCIO? OU POR QUE SÓ ENCONTRO NO MEIO DO CAMINHO SITUAÇÕES QUE ME FAZEM PERDER DINHEIRO?
As respostas nem sempre são formalmente explicáveis, e nem sempre encontraremos a solução no que de fato estamos enxergando.
A questão é que, se formos observar, as perdas acabam quase que sendo analogicamente genéticas. Se começarmos a ver com bastante atenção, muito provavelmente pais tiveram insucessos deste tipo, ou até os avôs e tataravós que nunca conhecemos. A grande chave para tudo é tomar-se consciência real do que nos levou a esse lugar de possível honra ao passado, e sair dele, e assim caminhar ao sucesso. Mas como saber onde está o nó dessa questão?
Fui recentemente atender um cliente com grandes questões de terras no Nordeste. Fez um péssimo negócio, e, apesar de ter rescindido a compra e venda das terras, não tem nada a executar dos vendedores em forma de indenização. É como se tivesse chovido no molhado. Gastou dinheiro, e as expectativas de retorno na solução são poucas. Como resolver?
A primeira coisa que se tem a fazer é observar se o sistema familiar do cliente traz para ele essa repetição de padrão, e qual a causa de perdas deste gênero estarem ligadas ao seu sistema familiar. Podemos até intuir que determinadas exclusões do sistema familiar desse cliente possam estar gerando essas compensações com perdas, mas, de fato, há que se fazer um atendimento sistêmico para que o diagnóstico seja realizado. Elaborado o diagnóstico, é possível, se o cliente quiser ver, fazer-se um atendimento sistêmico que possa gerar uma solução, sempre sabendo que o cliente, com sua consciência, é que resolverá o tema, nós advogados somos mero condutores de uma grande observação.
No caso do grande problema de terras que atendi recentemente, além de desordens de nascimento entre irmãos e tios (ou seja, em duas linhas de sucessão), havia exclusões graves na linhagem materna e paterna, com suicídios de ambos os avós e assassinato de um tio.
Todos esses acontecimentos, por si só, são exclusões graves, que podem gerar prejuízos incalculáveis materiais nos sucessores, durante muitas gerações. O atendimento foi feito, e breve darei notícias por aqui. Aguardem!
Gracilia Portela é advogada condominialista sistêmica e presidente da ABJFSis – Academia Brasileira de Justiça e Filosofia Sistêmica.