Acordem, condomínios

Ao que parece a sociedade está entorpecida, por via de consequência, os condomínios que são a modalidade de moradia mais popular nos grandes centros, parecem que estão paralisados nos seus dramas e conflitos diários, que são fruto dos desajustes sociais cada vez mais comuns. 

Enquanto vemos psicopatas que matam crianças em creche no sul do país, ao mesmo tempo vemos espécies variadas de violências ocorrendo dentro dos condomínios, na maioria das vezes, fruto dos desajustes familiares de seus moradores, ou da impiedosa ação dos humanos, que se achando no direito de bater ou ferir e até matar, agem neste sentido, causando dores e situações desastrosas e irreversíveis. 

Até quando os condomínios atuais e seus moradores, continuaram cegos ao que nas “barbas” de cada um acontece? Será que a população condominial não está enxergando que a prevenção dos conflitos é efetivamente necessária e de forma quase que espartana dentro de uma comunidade habitacional? 

Pode parecer utópico, mas na verdade, essa providência é realmente urgente, como forma preventiva de minimizar as relações extremadas e até perigosas que surgem de forma cada vez mais comum dentro de edifícios. 

Quantos atos ilegais de violências condominiais poderiam ter sido evitados por meio de práticas alternativas de soluções de conflitos que gerassem menos arestas entre todos? Será que os gestores condominiais não estão devidamente acordados para os dramas que estamos vivenciando? Até quando vamos esperar crianças serem jogadas das janelas por seus próprios pais, sem que isso pudesse efetivamente e antecipadamente ser observado dentro de um condomínio, e quem sabe preventivamente evitado?

O perfil psicológico de condôminos moradores pode ser olhado, de tal forma que, essa mesma comunidade se proteja de eventos como este, e até quem sabe, tenha como evitar tais ocorrências. Reuniões preventivas sistêmicas condominiais são excelentes ferramentas na observação dos dramas de uma edificação, e com toda e absoluta certeza uma forma efetiva de trazer à luz a solução que a comunidade precisa.

A dica de hoje é: um condomínio saudável se faz com a construção de uma melhor consciência coletiva, e isso somente e possível, quando verdadeiramente se tem coragem de olhar para os problemas da edificação de forma profunda e assertiva! Vamos acordar nosso condomínio? Quem cedo acorda produz efeitos reais! 

Gracilia Portela é advogada condominialista sistêmica e presidente da ABJFSis – Academia Brasileira de Justiça e Filosofia Sistêmica.

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