Síndico: bate ou apanha?
Síndico, precisamos ampliar o debate em torno de um tema muito sério. A violência contra síndicos e a também praticada por eles, em razão do exercício de sua atividade.
Em tempos em que comumente ouvimos frases como: “a sociedade está doente” e quando a atividade da sindicatura exige que se cumpram responsabilidades, normas, leis e regras, onde se é o guardião da Justiça, o representante de uma coletividade neste ambiente, lidar com pessoas é condição obrigatória. E pessoas têm reações diferentes quando são cobradas, podem se sentir controladas e são desequilibradas ao lidar com suas próprias emoções.
Quando o síndico, ao cumprir suas obrigações, sofre agressões por parte dos condôminos, podemos considerar uma violência laboral. Uma violência que gera danos não apenas físicos, mas também emocionais. Essa violência pode ser verbal, moral, psicológica (o maior índice de violência, no Brasil, está relacionado à violência psicológica, no caso da sindicatura, não é diferente) e chegando à violência física. Precisamos abordar o tema de forma séria, obter dados, promover debates e dar visibilidade ao tema.
Não existe uma receita, uma dica para você “evitar a violência”, mas cuide de você, pense na sua integridade, conheça o perfil de cada condômino/morador, tenha estratégias de evitação de confrontos, busque sempre meios formalizados e testemunhas ao agir com perfis mais “complicados”.
A outra forma de violência que tem tomado a mídia é a violência praticada pelo síndico, que quando confrontado, questionado ou ao se sentir contrariado, parte para a agressão, seja verbal, psicológica ou física, contra os moradores. Essa violência deve ser combatida, se você não tem capacidade para desempenhar essa atividade de forma transparente, ética, fazendo uma gestão preventiva, para evitar esse tipo de conflito, se você não tem equilíbrio emocional e não está disponível para resolver os problemas da coletividade e acaba causando mais problemas: ESSA FUNÇÃO NÃO É PARA VOCÊ!
Enfim, a atividade de síndico requer habilidades para lidar com pessoas, saber perceber a reação do outro e a sua reação, manter o controle do que é possível você controlar e, nessas situações, o único controle possível, é o que você tem sobre seus atos e atitudes. Aja preventivamente.
Um grande abraço.
Ariane Padilha é professora, psicóloga, especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, consultora e síndica profissional da Fator G Condomínios, além de professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão Condominial da Famaqui.