Metodologias aplicadas aos rebaixos de banheiros
Desconheço dispositivos legais em torno do assunto. Mas conheço alguns desentendimentos sobre a coisa, e tenho certeza de que muitos passam a conhecer o assunto, quando já envolvidos em um desentendimento.
Provavelmente durante as décadas de 1960 e de 1970 tenha se dado a migração de uma metodologia para outra aplicada aos banheiros.
Na mais antiga, as lajes das salas, dos quartos e das circulações de um apartamento possuíam o nível predominante do pavimento. Já as lajes dos banheiros eram rebaixadas em torno de 30cm, para que nesta altura fossem embutidas as tubulações do escoamento do esgoto sanitário. Outras tubulações também ocupavam o espaço: eletrodutos, parte da distribuição da água potável e, às vezes, tubulações da responsabilidade condominial. Essa altura era preenchida com entulho livre de material orgânico, e sobre este, no nível da laje predominante, era assentado um contrapiso de concreto mais fraco que servia de base para o piso acabado, em cerâmica ou em pedra.
Na mais moderna, o construtor fazia uma laje com um nível único. As tubulações anteriormente descritas ficavam sob a laje e, sob elas, fixava-se um forro de gesso (teto rebaixado).
Na configuração mais antiga, ocorre um vazamento de um banheiro para o do vizinho abaixo, quebra-se o piso do banheiro de cima, procede-se o reparo, recompõe- -se o piso e pinta-se o banheiro do vizinho do apartamento abaixo. Isso é o esperado! Na configuração mais moderna, quebra-se o forro de gesso do vizinho vitimado, procede-se o reparo, recompõe-se o teto da vítima.
É óbvio que, estando as duas partes cientes e conscientes da configuração que adquiriram, os procedimentos ocorrem com menores perdas de tempo, de custos e aborrecimentos, na configuração mais moderna.
Na configuração mais antiga, os custos que serão imputados ao causador do vazamento poderão gerar muitos problemas para os dois apartamentos e para o condomínio, se o assunto não estiver convencionado.
Antero Jorge Parahyba é engenheiro civil.