Extrajudicialidade condominial 2
Venho escrevendo sobremaneira sobre a questão do não atendimento da Justiça aos clamores sociais como um todo. Em condomínio não poderia ser diferente, até porque inúmeros são os tipos de conflitos que encontramos. Mas também vejo que, essa crescente inoperância do Judiciário, está fazendo surgir muitas castas de operadores de direito, que no afã de substituírem as vias judiciais, estão a formar Câmaras de arbitragem, ou similares, na maioria das vezes ligados a um determinado lado da operação (condomínios e administradoras) para na realidade tentarem pegar um filão financeiro de resolução de conflitos. Mas ouso aqui sugerir uma reflexão: E será que isso resolverá? Será uma instituição formada da maior parte do poder financeiro (condomínios e administradoras) que irá realmente solucionar a questão de violência entre condôminos, raivas incontidas sociais e comportamentos alterados de toda ordem? Sinceramente vejo isso apenas e tão somente como uma tentativa de reserva de mercado, o que com o tempo acabará mostrando seus reais resultados pífios.
A dramaturgia condominial vai muito além disso tudo. As verdadeiras razões existentes para tantos conflitos e desordens, passa por uma multidisciplinaridade de várias profissões, aliás ouso dizer que a nossa profissão de advogados, é a menos capacitada para tais soluções, já que as soluções, muitas das vezes passam por adentrar em dramas psicossomáticos e até psicológicos, onde somente pessoas capacitadas a observarem tais conflitos poderão solucioná-los. Daí minha sempre e forte sugestão de que a formação da advocacia se expanda no conhecimento, que tenhamos operadores com formações verdadeiramente humanas e não somente legalistas. Já está provado que somente a Lei não resolve. Vejo com muitos bons olhos a introdução na advocacia de um novo olhar humano, e a filosofia sistêmica se adequa como luva a isso. Se olharmos com o coração para os dramas condominiais, estes serão resolvidos na essência, e vamos parar de enxugar gelo, com ressurgimento de novas e novas ações do mesmo tema num mesmo prédio. A dica de hoje é: O profissional da advocacia do futuro necessariamente será perspicaz o suficiente, para antever os problemas somente pela postura dos envolvidos. Querem saber mais sobre isso? Vem comigo que eu te ensino!
Gracilia Portela é advogada condominialista Sistêmica é presidente da Academia Brasileira de Justiça Filosófica Sistêmica (ABJFSIS)