Férias escolares: trabalho extra para os síndicos e funcionários

Período tem aumento da procura por áreas comuns como piscina, salão de festas e playground. Checagem das condições das instalações e equipamentos é fundamental

Larissa Lacerda

As férias escolares de janeiro se aproximam e, com elas, a preocupação extra da administração dos condomínios com as áreas de lazer, em função do maior número de crianças nos espaços comuns e nas piscinas. Para os síndicos, é o momento de fazer a vistoria de todos os brinquedos, cuidar das instalações, instruir a equipe de funcionários e reforçar entre os moradores as regras da boa convivência. Quais medidas prévias devem ser tomadas? Revisão das condições gerais de estruturas e equipamentos, com devidas reformas que se fizerem necessárias? Circular pedindo a atenção dos responsáveis para não deixarem seus pequenos ‘soltos’? E na época das férias, mesmo? Reforço de funcionários nas áreas comuns de lazer? Como se precaver e diminuir o risco de possíveis acidentes?

Larissa Lacerda é administradora de empresas e fundadora da Lares Síndicos. Trabalha com condomínios há 12 anos, tendo iniciado sua carreira como gerente em Administradora de Condomínios à frente de grandes carteiras de clientes residenciais, comerciais e mistos. “Além da avaliação de todos os locais comuns, verificando se estão com as devidas proteções – como nas quinas de cantos e canteiros, por exemplo -, o síndico deve conferir a parte elétrica aparente, brinquedos quebrados ou lascando, como ocorre com frequência com os de madeira. Estruturas metálicas, se estão enferrujadas, precisam ser reparadas, assim como cordas de balanços e pisos antiderrapantes”.

Essas medidas são fundamentais para garantir a segurança. Se uma criança sofrer um acidente num ambiente ou brinquedo que não esteja com sua manutenção em dia, o condomínio poderá ser responsabilizado. Nossa entrevistada defende que a recomendação e a orientação dadas aos pais são muito importantes, não só para não deixarem as crianças sozinhas em áreas de lazer, mas como também para o controle de barulhos excessivos, além de observar se as crianças maiores não estão usando os brinquedos dos menores, podendo danificá-los, ou circulando com bike, skate ou patins pelas garagens, ou mesmo pisando nos jardins.

“Entendo que os funcionários do condomínio não são responsáveis por ficar de olho nas crianças. Eles já têm suas próprias atribuições, e isso cabe aos responsáveis. As crianças devem estar sempre sob a supervisão de um adulto durante as brincadeiras, para evitar acidentes e situações desagradáveis. A prevenção deve ocorrer através das orientações e regras bem claras disponíveis e visíveis a todos”, ressalta.

As áreas comuns são espaços muito utilizados pelas crianças, que precisam gastar energia e gostam de sair do apartamento. Para evitar acidentes e responsabilizações, o condomínio precisa contar com algumas medidas de limpeza e de proteção. Algumas medidas, apontam especialistas, ajudam a melhorar a experiência das famílias e facilitar a gestão do síndico. Valem como dicas: restringir a visita das crianças à academia e à sauna, especialmente perigosas para os pequenos, certificar-se de que o playground tem equipamentos adequados e em perfeitas condições, e reforçar o controle de acesso ao condomínio.

Especialmente nas férias, é muito comum que as crianças chamem amiguinhos para participarem das brincadeiras. Apesar de ser uma prática inocente, ela esconde um perigo: o acesso de pessoas não autorizadas. Quando o filho de um condômino chama os amigos da escola, o condomínio receberá visitantes eventuais. Muitas vezes, os convidados aparecem apenas alguns dias e não devem estar na lista fixa de acesso ou ser reconhecidos com facilidade. Para contornar a situação, vale adotar uma relação com todos os visitantes desse período específico.

A piscina é um capítulo à parte. Ela deve estar sempre limpa e segura. A limpeza deve ser feita de modo regular, por meio do tratamento de água e retirada de sujeira do entorno. Estabelecer regras como tomar uma ducha antes de mergulhar e não levar comida para a área são medidas que ajudam a preservar o ambiente. É imprescindível verificar o estado do piso antiderrapante e da grade que restringe o acesso. Assim, crianças só poderão entrar na piscina se estiverem acompanhadas. Para evitar aglomerações, vale limitar o número possível de visitantes por unidade ou mesmo criar uma escala com rodízio de acesso aos espaços mais disputados, como a churrasqueira ou o salão de festas.

Não raramente, os condôminos acham que é dever da gestão do empreendimento dar conta das crianças que ali residem. Contudo, a verdade é que são os pais ou guardiões que devem assumir o papel. Não custa lembrar aqui, mais uma vez, que cabe a eles a missão de manter a segurança e a integridade dos pequenos, bem como evitar que os mesmos promovam excesso de barulho, com muitos gritos e correria, ou mesmo a depredação de algum equipamento ou ambiente de vizinhos ou de áreas comuns. Férias liberadas, em condomínios, devem ter como sinônimo a atenção redobrada.

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