Mães e síndicas, elas não têm limites
Nos relatos de duas personagens, o reconhecimento e a homenagem a todas as mulheres que se desdobram para dar conta de seus compromissos familiares e profissionais
Iole Mendonça
Verônica Siqueira Campos (ao centro) e família
No mês das mães, a REVISTA DOS CONDOMÍNIOS ouviu especialistas sobre o papel que a mulher desempenha no meio condominial, exercendo as atividades de gestão. Mais precisamente, fomos atrás dos relatos de duas personagens que, também em suas experiências profissionais, não deixam de desempenhar a figura materna. Não tem jeito. A maioria delas é mesmo assim. Síndicas exemplares, conhecimento técnico a toda prova, elas se desdobram para dar conta também das demandas pessoais. Na prática, as ‘mamães’ costumam cuidar dos condomínios como seus verdadeiros lares, e dos condôminos como seus próprios filhos. Exercem sua liderança de forma natural, sempre demonstrando grande disponibilidade para aprimorar a qualidade de vida de todos os personagens que habitam um condomínio, além da funcionalidade dos serviços e sistemas. Apostam sempre na harmonia e possibilidade de beleza do convívio humano.
Vamos começar com Iole Mendonça. “Quais motivos me levaram à candidatura de síndica do meu condomínio? Simples: é preciso cuidar! Manter tudo funcionando com excelência, com manutenção diária. Afinal, tudo envelhece… A maioria das pessoas não quer se meter nisso. Porém, zelo pelo meu patrimônio. E acredito que todos os demais pensam como eu, atuando para valorizar um bem que é nosso”, defende ela, lembrando dos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19. “Tivemos que ter a atenção e os cuidados redobrados com a vida de todos.” Ela confessa que seria melhor se tivesse ‘apenas’ o condomínio para cuidar. “Sou empresária no ramo de decoração há mais de 40 anos. É preciso dinamismo para tocar tudo junto. Me reinventei, dedicando horas do meu dia ao condomínio. Felizmente, temos um staff muito bom, funcionários com muito tempo de casa. Assim, até parece ser mais fácil.”
Iole tem ciência de que agradar a todos, o tempo todo, é uma missão impossível, mas descreve sua relação com os condôminos do edifício, localizado no tradicional bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio, como positiva. “Procuro sempre ouvir todos, dialogar e chegar ao consenso. Desde que comecei a me dedicar, já conseguimos muita coisa boa. Diminuímos a inadimplência, mudamos alguns hábitos. Faxinamos a casa. Este tem sido meu maior desafio. Conciliar tudo isso com o cuidar da minha residência e da minha vida, podendo estar com meus filhos e netos. Fico muito orgulhosa de ver nosso condomínio com sua manutenção em dia, com pinturas internas e externas em bom estado, nossas contas pagas no tempo certo. Tudo caminhando bem.”
Veronica Siqueira Campos é síndica profissional há 16 anos, mas acumula experiência de 25 anos no campo da administração de conflitos, além da sindicância profissional. Atualmente, responde por dez prédios como síndica. Com formação em Administração e Psicologia, busca sempre estar junto aos condôminos, praticando o acolhimento, além de serviços técnicos, como prestação de contas, previsão orçamentária. “Acabamos tendo mesmo um perfil diferenciado de atuação. As crianças de alguns prédios me chamam de ‘vó’, talvez por eu demonstrar afeto e preocupação com elas, acompanhar tudo o que está acontecendo”, descreve.
Ela reconhece que é uma tarefa árdua e bastante complicada dar conta de tanto serviço e das questões pessoais. “Acabo sempre conciliando, dentro dos condomínios, a vida dos meus condôminos, fazendo a administração de conflitos entre eles. Além disso, preparo boletos, administro a parte financeira, acompanho obras, verifico condições de vigilância e segurança, cuido das folgas e da folha de pagamento dos funcionários – um dos condomínios que administro tem cerca de 200 deles. Quando chego em casa, eu sou esposa, mãe, avó… Preciso também administrar tudo isso, arranjar tempo e disposição para ser síndica também da minha própria casa… (risos) É uma vida corrida, mas prazerosa”, revela ela que – acredite! – ainda arruma tempo para dar palestras. “Estou sempre pronta a servir minha profissão”, resume.