Não aumentar a taxa nem sempre significa boa gestão
Aassembleia de previsão orçamentária é sempre um desafio para os gestores, principalmente quando precisam levar o aumento da taxa condominial para manter as contas equilibradas. Para evitar conflitos, muitos tentam realizar cortes de gastos a fim de evitar conflitos ou mesmo acreditando que essa é a melhor alternativa.
Já ouvi muitos síndicos falarem que o aumento da taxa eleva a inadimplência e consequentemente a insatisfação de moradores. Ocorre que, nos últimos anos, vimos a inflação disparar, assim como os principais custos do condomínio, principalmente de energia e água, que tiveram aumentos consideráveis, bem superiores ao ganho dos brasileiros.
A manutenção da taxa condominial pode ser encarada como falta de planejamento e má-gestão, onde os reajustes são necessários para o bom funcionamento do condomínio. A falta de recursos leva a cortes, que muitas vezes são imprescindíveis, como falta de manutenção preventiva e corretiva e até mesmo levando a atraso de despesas ordinárias. É muito comum nos depararmos com síndicos fazendo manobras para não atrasar as contas, utilizando o fundo reserva sem prévia autorização.
A melhor forma para que os condôminos aprovem os reajustes necessários é a transparência e comunicação, sempre buscando mantê-los informados das necessidades do condomínio, elaborando um planejamento de ação anual, metas de curto, médio e longo prazo, buscar sempre ter uma administração participativa, onde todos possam contribuir com a busca pelas melhores empresas e terem acessos aos orçamentos realizados.
A fim de evitar riscos é fundamental que qualquer aumento de taxa seja baseado em uma análise fundamentada na necessidade e seja demonstrada de forma transparente. Vale destacar ainda, que os moradores são sempre comunicados das necessidades dos aumentos, que o aumento é pela saúde financeira do condomínio, assim evitando conflitos e mantendo as manutenções e buscando as melhorias.
Vejo como solução os reajustes periódicos na taxa, de forma anual, aumento mínimo para igualar com a inflação, isso se a previsão não exigir valores maiores. Desta forma, os gastos acompanham o aumento gradual dos custos de serviços e manutenções, evitando aumentos bruscos que levam a insatisfação com a gestão. A transparência nas necessidades do aumento deixa o diálogo mais amistoso e é fundamental para o equilíbrio financeiro e harmonioso do condomínio
ALEX ALVES GARCEZ – ADVOGADO – OAB/MS 18.347 – Pós graduado em direito e processo do trabalho, pós graduando em Direito Condominial e Direito Imobiliário.