Onde há fumaça, há fogo
Casos recentes no Distrito Federal chamam atenção para debate a respeito de cuidados para evitar incêndios
Adolpho Boerger
Recentemente, o Distrito Federal tem registrado vários incêndios, e não estamos falando dos também tristes casos florestais, mas, sim dos casos que causam terror em condôminos, com alguns incidentes tendo chamas saindo pelas janelas.
Diante dos fatos, a REVISTA DOS CONDOMÍNIOS buscou um especialista para que todos, especialmente síndicos, saibam o que precisa ser feito para que o edifício não se encontre nessa situação. Conversamos com Adolpho Boerger, engenheiro civil e pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho.
Muitas vezes, quando falamos a respeito de segurança no meio condominial, como acontece na parte elétrica, que também pode ser responsável por causar incêndios, por exemplo, uma palavra que sempre é utilizada pelos especialistas é “prevenção”. E, nesse caso, não é diferente.
O entrevistado comenta, primeiramente, o papel do síndico antes de algum problema acontecer e, caso já esteja no meio de um incêndio, o que deve fazer. “O sindico pode espalhar comunicados pelo condomínio alertando sobre o assunto, oferecer treinamentos para os funcionários para atender o MTE e Cipa do condomínio caso tenha, abranger os moradores, nesse treinamento utilizar os extintores que serão trocados na aula prática em seu próprio condomínio. Durante um incêndio, o sindico precisa saber indicar aos moradores quais são as rotas de fuga do condomínio, onde pode ser treinado também, onde ficam localizados os equipamentos de combate a incêndio, entre outras coisas, principalmente em agilizar e ligar para o Corpo de Bombeiros.”
Ou seja, o trabalho precisa ser feito de forma rápida, porém eficiente, afinal, tempo é algo que as pessoas não têm durante um incêndio. Mas já que estamos falando de incêndios, claro, o Corpo de Bombeiros precisa ter alguma participação. Contudo, o especialista revelou que a entidade não realiza vistorias fora as que são necessárias caso o projeto de incêndios seja complexo. Fora isso, as visitas são realizadas apenas com chamados de emergência ou por meio de denúncias. Porém, Adolpho mostrou o que os bombeiros vão conferir caso façam a vistoria.
“Na vistoria, são observadas a documentação e as condições de equipamentos (extintores, mangueiras, SPDA – para-raio, portas corta-fogo, CMI – casa de máquina de incêndio, sinalização e sistema de alarme), assim como os projetos com certificado de aprovação se estão de acordos (edificação e piscina, que também precisa ser aprovada no bombeiro)”, disse.
As pessoas já conhecem, normalmente, extintores de incêndios e portas corta-fogo, mas além desses dois itens existe uma série de adaptações que o condomínio pode aderir para ajudar as pessoas contra as chamas. Por exemplo, existe um material (tecido) antichamas que pode ser aplicado nas partes com revestimentos de carpetes com aplicação de ignifugação, como explica a fonte, e ele também falou a respeito da manutenção que precisa ser feita em relação aos extintores, provavelmente o item que muitos condôminos correriam para procurar num primeiro momento.
“Detectores de fumaça, alarmes, hidrantes e sprinklers são muito utilizados para o combate a incêndio, as portas corta-fogo nos cinemas e em locais de concentração de público têm as dimensões de saída maiores, como a barra antipânico para facilitar a abertura, sinalização especial no chão e escadas, e, sobre os extintores, a manutenção preventiva dos equipamentos de acordo com a norma é de uma vez ao ano, e o custo médio das manutenções é de R$ 50,00”, informou.
Por fim, Adolpho mencionou em sua fala a importância ou, basicamente, necessidade de pelo menos um dos funcionários, de cada plantão, ter conhecimento com as práticas da BVI (Brigada Voluntária de Incêndio), porque ter um colaborador que saiba onde direcionar os condôminos pode fazer a diferença. Mas termina seu discurso reforçando algo que falou no começo da entrevista. Para que o Corpo de Bombeiros possa fazer um bom trabalho, tudo precisa estar onde deveria. Os objetos usados para combater o sinistro precisam estar com a manutenção em dia, sem falar no treinamento de funcionários, moradores e a desobstrução das rotas que também precisam ficar identificadas corretamente.
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