Piscinas: cuidados para manter a alegria dos moradores

Local muito frequentado pelos condôminos faz a alegria das famílias especialmente no verão, mas precisa de manutenção constante

 

PAULO VIGGIANI

Sem dúvida alguma que a piscina é um dos grandes atrativos de todo edifício residencial, especialmente nas épocas mais quentes do ano, quando os moradores passam horas se refrescando, sozinhos ou com toda da família.

Contudo, exatamente por ser tão popular, elas precisam estar sempre sob intenso cuidado, afinal, esse diferencial que muitos condomínios oferecem não pode se encontrar em condições precárias. Conversamos com Paulo Viggiani, proprietário da Síndico Rio e que atua há mais de 15 anos no mercado condominial, ele conta alerta para os principais cuidados que gestores precisam ter com as piscinas, além de regras que, caso não sejam cumpridas, podem acarretar punições.

Em relação à manutenção, o especialista enumerou cuidados essenciais para que tudo esteja em ordem, e o bem-estar do morador seja mais que garantido.

  1. Limpeza – limpar semanalmente as paredes e as bordas da piscina. Geralmente as segundas-feiras são destinadas para essa atividade; nesse dia também é importante uma inspeção detalhada se há algo quebrado ou danificado que necessite troca ou reparo.
  2. Controle diário do pH – um pH muito baixo na água faz com que a piscina não fique com uma boa coloração e um pH muito alto causa irritação na pele e nos olhos.
  3. Aplicação de cloro – é importante a aplicação do cloro sempre antes de fechar a piscina, ele tem um efeito germicida que garante uma piscina livre de bactérias.
  4. Filtro da bomba – a limpeza deve ser feita pelo menos uma vez por mês, visando a garantir o bom funcionando e a durabilidade do equipamento.
  5. Filtragem da água – deve ser feita diariamente, basicamente nessa filtragem os resíduos sólidos suspensos são recolhidos.

Esses são apenas alguns dos cuidados que o condomínio, como um todo, precisa ter para que as pessoas possam utilizar as piscinas sem se preocupar com a qualidade de água. Porém, outro ponto extremamente importante para que o seu funcionamento ocorra sem problemas é a presença de um profissional, um “guardião”, para que acidentes durante o seu uso não ocorram.

Muitos condomínios podem querer cortar custos e não contar com uma pessoa verdadeiramente qualificada para exercer essa função, mas o engenheiro diz que o certo é exatamente o contrário. “O correto é sempre seguir a legislação vigente e garantir a segurança e o bem-estar das pessoas. O art. 1º da Lei nº 4.428/2004 diz que é obrigatória a permanência de um guardião em piscinas com dimensões superiores a 6 x 6 metros. Esse profissional tem que ser qualificado e credenciado junto ao Corpo de Bombeiros. Deixar outra pessoa de olho na piscina com usuários é algo que não pode acontecer. Se um incidente ocorrer, o síndico pode ser responsabilizado”, afirma.

Ele também comenta sobre a necessidade de esse profissional se manter presente durante todo o tempo em que a piscina estiver aberta para o uso dos condôminos. “O guardião de piscina é credenciado junto ao Corpo de Bombeiros e tem todo o treinamento para não deixar a piscina sozinha, normalmente em alguns condomínios no horário do almoço a piscina fecha ou tem outro guardião para cobrir o horário. A piscina nunca deve ficar desassistida. A falta do guardião em um acidente sem dúvidas vai trazer muita dor de cabeça para ele e para o síndico. É importante esse cuidado. Se o guardião precisar sair, é melhor fechar a piscina do que correr riscos desnecessários. A segurança está em primeiro lugar sempre”, reitera.

Obviamente, a segurança dos condôminos vem em primeiro lugar, e, para isso, não apenas a água ou a presença de um guardião é importante. Afinal, muitos acidentes podem ocorrer sem que as pessoas sequer entrem nas piscinas, especialmente em relação às crianças, que possuem o costume de ficar correndo pelas bordas, ainda mais se não estiverem sendo supervisionadas por adultos.

Desta forma, a fiscalização e utilização de certos materiais precisam estar no checklist dos gestores para que esses casos não aconteçam. “Na área da piscina sempre devem ser investigados se todo o mobiliário está em ordem, se tem algo que possa cortar ou ferir alguém, se algum revestimento está soltando, se a escada está firme, se existe alguma parte escorregadia, enfim, é necessário que toda a área da piscina seca ou molhada esteja adequada e segura para o uso. Atualmente existem revestimentos próprios para aplicação no pisco de borda da piscina que garantem a segurança, onde são boleados e não escorregadios. No entanto, às vezes nos deparamos com pisos não próprios, e o investimento para renovar é altíssimo. Recentemente, fizemos um trabalho com uma empresa especializada em pisos onde tratamos o granito polido para ter aspereza, e também foi aplicado um produto que protege o piso e garante maior aderência”, afirma Paulo Viggiani.

Manter as piscinas em pleno estado de uso e segurança é um dever básico para síndicos e gestores condominiais, mas cabe também aos moradores ficarem atentos caso algumas coisas não estejam em conformidade na área de piscina e, sempre que necessário, reivindicar junto aos responsáveis a correção dos erros ou até mesmo interdição da piscina até que os problemas sejam corrigidos.