Resenha Síndico: palestras, oficinas, muita gente e informação
Com mais de 3 anos de existência, o encontro contou com a presença de mais de 400 pessoas interessadas nas palestras de diversos especialistas
RESENHA SÍNDICO
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Resenha Síndico é realizado há mais de três anos no Rio de Janeiro e conta com três edições anuais: Na cidade de Niterói e na Zona Sul e Oeste do Rio. Dessa vez, na Zona Oeste, o evento ocorreu no Centro Empresarial Mário Henrique Simonsen, na Barra da Tijuca, onde compareceram cerca de 500 participantes, interessados nas 10 palestras e nas oficinas oferecidas pelos especialistas palestrantes.
Depois do café da manhã e abertura (9h30-10h) com Vagner Lessa (produtor da edição), João Alberto e Francisco Egito (produtores das outras edições), foi a vez da especialista, Christiane Romão, apresentar a palestra sobre “Gestão Humanizada: O que o síndico precisa saber para atuar na gestão de equipes e com seus condôminos”.
Segundo a especialista, formada em psicologia, a gestão humanizada é considerada apenas uma teoria, para que as relações sejam mais próximas, como algo impossível de ser aplicado na prática. Entretanto, ela discute essa posição e pergunta: Por que as pessoas não veem a gestão humanizada como algo factível? Quais são os processos que temos a tomar atenção? “Eu inicio minha palestra perguntando a plateia: Quem é a Christiane? Porque, muitas vezes as pessoas se enchem de títulos e se esquecem de entender quem sou eu e quem são as demais pessoas”.
E ela continua, perguntando como o gestor pode pensar em obter uma gestão humanizada se, ele mesmo, não se coloca como ser humano. Acontece que os títulos vêm sempre tão à frente que a pessoa não aparece. As experiências na família, um mosaico de visões, são deixadas de lado. Quem sou eu faz parte de um quebra-cabeça que devemos compor, estruturar, construir ao longo do tempo, nomeio em que agente vive. “A gente não é Christiane porque nasceu Christiane, mas pelas vivências, pelo que, no meu ambiente, eu
construo para poder conseguir agregar para mim, como pessoa. É por isso que a gente estuda, amplia nossos horizontes”. Na palestra seguinte, foi a vez de Anna Carolina Chazan e Marllon Furtado, que falaram sobre a valorização do trabalho do síndico. A palestra dos dois especialistas iniciou tratando da evolução tecnológica e burocrática, o quanto esses dois itens têm impactado na necessidade de qualificação para a gestão de um condomínio. Em seguida, traçou um paralelo comparativo para destacar o quanto, antes, o síndico precisava ter menos informação e formação para administrar, e quanto isso impacta hoje.
Mais adiante, os dois destacaram a crescente legislação que trata sobreas obrigações do síndico;
a parte referente a automatização dos processos; o recolhimento tributário, que faz com que você tenha que possuir um conhecimento mais aprofundado; a perspectiva de alguns que não enxerga o condomínio como uma empresa, mas como algo caseiro – e essa mentalidade vem sendo forçada à mudança devido aos meios de comunicação e informação disponíveis, com o advento da tecnologia. E essa nova perspectiva pode ser identificada no melhor aproveitamento dos espaços, com a oferta de mercadinhos dentro dos condomínios, por exemplo – como citaram em palestra –, adicionando que, muitos desses condomínios, hoje são como clubes. O que é uma proposta recente e que gera recursos; promove redução de gastos e, ao mesmo tempo, aumenta a oferta de serviços e exigência de uma administração mais profissional para gerir tanta informação e recursos.
Na terceira palestra tivemos três especialistas: Roberto Bigler, André Junqueira e Gabriel Feijó. Este último foi ouvido pela Revista dos Condomínios. Segundo Feijó, que tinha como título da palestra Talk Jurídico, “é um momento aberto em que trazemos algumas questões jurídicas para debate, dicas, discussões que permeiam a vida condominial, perguntas e respostas do auditório”.
Os pontos de destaque foram: Abuso de direito no condomínio, a forma como esses direitos são exercidos e acabam por extrapolar o limite do que é tolerável; daí, falou sobre o direito daquele que vai falar em assembleia, do Airbnb nos condomínios, o uso abusivo de procurações; situações que a princípio são normais, mas que exercidas de maneira equivocada, para além da finalidade econômica e social, caracterizam abuso de direito e podem ser questionadas judicialmente quanto administrativamente.
Antônio de Luca e Paola Siqueira, síndicos profissionais, falaram sobre “O síndico na prática”. Foi Paola, síndica profissional, pertencente ao Síndico 5 estrelas, quem informou detalhes da palestra que destacou os quatro pilares que tange o trabalho do síndico na prática. São eles: planejamento, liderança, comunicação e socialização. “Quando o síndico é eleito, ele é eleito por uma visão de liderança que é demonstrada na assembleia. A partir da liderança vem o planejamento”. Quando eleito, ele começa a montar e planejar aquele ambiente condominial, adequando tudo àquele determinado local. “Seja ele um condomínio de baixo, médio ou alto padrão, ele é único” – ensina.
Já, trabalhar a comunicação, vai fazer com que a sua socialização aumente. A socialização trabalha outros pontos importantes como: Assertividade, empatia, ter uma comunicação não violenta e ajuda a produzir um rapport (relacionamento). Com a unidade desses pontos, o gestor consegue fazer parte daquela sociedade condominial e atingir seus objetivos de gestão.
Outra entrevistada foi Ana Paula Vieira, síndica orgânica especializada em condomínio Minha Casa, Minha Vida, teve na apresentação o título: “Sou síndico e morador, com muito orgulho!”. A palestra tratou sobre a figura do síndico orgânico, que é o síndico morador, “função que, como a maioria dos síndicos profissionais, se começa no setor e, portanto, com pouca informação até se profissionalizar”.
Ana Paula, referência na função, falou do preconceito existente no setor sobre essa figura, a do síndico orgânico, e destacou o lado bom e o não tão bom de ser síndico orgânico, pois o condômino não é apenas um morador, mas é também um vizinho. Em seguida, dissertou sobre o preconceito direcionado a mulher.
As demais palestras, foram: “Síndico, venha saber sobre retenção de tributos em notas fiscais”, com Márcia Mendonça e Arnaldo Dias; “Atualização estratégica da convenção do condomínio”, com Jamile Mascarenhas; “As 5 cautelas que todo síndico deve ter em sua gestão”, de Andrea Resque e Fulvio Stagi; “Como elaborar uma boa prestação de contas”, com Malbina Charif e Guilherme Gowman e Segurança condominial, com João Alberto.
Nas oficinas tivemos: “Assembleia de Condomínios: Do Edital à confecção da ata”, com a professora Jamile Mascarenhas: contadora e advogada; pós-graduada em Direito e Gestão Imobiliária e em Direito e Processo do Trabalho; “Implantação de Procedimentos-Padrão para gestão eficaz de equipes em Condomínios”, com a professora Christiane Romão: gestora condominial com mais de 12 anos de atuação; colunista da Revista dos Condomínios; cofundadora da Iron Síndicos; “Gerenciamento de crises no condomínio: passo a passo para qualquer síndico sem perder a segurança jurídica”, da professora Andréa Resque: advogada pós-graduada pela PUC- -Rio e “Aplicando multas condominiais”, do professor André Junqueira: advogado com mais de 16 anos de atuação na área condominial; autor do livro Condomínios: direitos e deveres.
