Tecnologia e conscientização contra a crise hídrica

ACOMPANHAMENTO EM TEMPO REAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO POSSIBILITA QUE MANUTENÇÕES SEJAM FEIRAS RAPIDAMENTE

 

O país vive a pior crise hídrica registrada nos últimos 91 anos, com escassez de chuvas, reservatórios em níveis baixos e maior demanda por energia. Esse cenário impõe grandes desafios para diversos setores da economia e a sociedade como um todo. A área condominial, em função de toda a sua grandiosidade, é uma das que precisam estar em alerta. Para o engenheiro elétrico e empresário Rodrigo Vasconcellos, do Sistema Tino, empresa que atua há muitos anos com serviços de manutenção e instalação de sistemas hídricos e elétricos prediais e industriais, esse é um período de grande desafio que os condomínios precisam enfrentar, “haja vista que estamos falando da pior crise hídrica que já vivenciamos ou que tivemos conhecimento em nossas gerações”, avalia.

Segundo ele, é de fundamental importância que os condomínios lancem mão de novas tecnologias que possam, de fato, influenciar em novos hábitos de consumo, implementando ferramentas que possibilitem enfrentar de maneira eficiente o período de escassez hídrica. Além disso, é preciso mudar a consciência dos moradores de condomínios e influenciar em novos hábitos na utilização sustentável do nosso bem mais precioso, a água.

Para ele, os síndicos precisam trabalhar campanhas de conscientização e investir em tecnologia. “Fazer campanhas internas com cartazes informativos, bem ilustrados e com dados reais sobre as condições de disponibilidade atual de água nos quadros informativos nas áreas comuns do condomínio pode ajudar, mas implementar ferramentas que possam ser incorporadas no dia a dia dos moradores gera resultados muito mais significativos e relevantes para o benefício de todos”, avalia, acrescentando ainda que é vital gerar mudanças, de fato, no hábito dos moradores.

Mas essa consciência não apenas deve ser estimulada nos moradores. Também os funcionários do condomínio precisam de rotinas bem elaboradas para todas as atividades que demandam a utilização de água, a fim de se evitar o consumo excessivo. “Com a definição de um padrão para a realização dessas atividades, é possível reduzir o consumo de água. Além disso, é importante também orientar sobre o assunto e redobrar a atenção para a identificação de qualquer vazamento em torneiras, mangueiras e vasos sanitários.”

Com anos de experiência e diversos estudos de caso fornecendo soluções modernas e em acordo com as normas técnicas, Vasconcellos alerta que a manutenção preventiva é sempre a melhor saída para serem evitados gastos excessivos e desnecessários. “Lançar mão da tecnologia para auxiliar nas manutenções também pode fazer toda diferença a fi m de se evitarem problemas de falta de água, bem como possíveis desperdícios por vazamentos decorrentes de falhas no sistema elétrico e/ou hidráulico do sistema de abastecimento. O que antes era algo inviável, agora já possível fazer o acompanhamento em tempo real do sistema de abastecimento, algo que possibilita realizar as manutenções antes que os moradores sejam afetados pelas falhas ocorridas”, explica.

Investimentos em tecnologia, inovação e equipamentos para enfrentar a situação

Para enfrentar as situações do dia a dia e também a crise hídrica, os condomínios devem implementar novos sistemas de controle de água. Rodrigo Vasconcellos explica que o Sistema Tino integra o abastecimento hídrico do condomínio com os administradores, síndicos, porteiros e até mesmo com um prestador de serviço de confiança por meio de mensagens em tempo real nos smartphones, fornecendo informações necessárias, dentro de uma hierarquia de responsabilidades sobre a necessidade de manutenção.

“Isso ocorre tanto para quando o nível da água está abaixo do normal quanto para possíveis situações de excesso, bem como a solicitação de restrição no consumo para todos os usuários do condomínio, que passam a ser corresponsáveis para evitar o desabastecimento total, antes que haja a falta de água, tudo a partir do smartphone, o que possibilita o conhecimento das situações em tempo real”, disse.

Outra boa medida que ele concorda é com a individualização dos registros de água. “É sempre uma boa saída que também pode auxiliar na redução do consumo de água, apesar de ainda existirem aqueles que são contra.”

Mas existem ainda outras boas maneiras de se economizar água, seja fazendo reuso ou aproveitamento da água de chuva. Segundo o especialista, o aproveitamento de água da chuva reduz o uso da água pública em um condomínio, já que a coleta a partir do telhado vai para o reservatório e tem uso imediato e eficiente. “É uma maneira sustentável de contribuir com o meio ambiente e fazer uso racional dos nossos recursos naturais. A captação de água da chuva é uma prática muito difundida, principalmente nos países europeus. Basta a implantação de um sistema que permita captar água de qualidade. Além de ser uma tecnologia de simples instalação, manutenção e economicamente viável, também reduz o uso dos recursos públicos e promove a mitigação de problemas relacionados à escassez dos recursos hídricos”, avalia.

Para ele, as aplicações dessa água podem ser muitas, entre elas a irrigação de jardins, descargas de vasos sanitários e lavagens de pisos. “O que evita o consumo excessivo e desnecessário de água tratada, além de ser um sistema de baixo investimento e com tempo de retorno consideravelmente curto”, conclui.