Troca de síndico, e agora quais são os próximos passos?
O que o novo gestor deve fazer após assumir um novo cargo?
Amanda Accioli
Acarreira de um síndico é feita pela quantidade de eleições que ele tiver, e a vida de um condomínio depende do trabalho feito pelo gestor durante os anos. Para o síndico ser eleito ele precisa ter a empatia dos condôminos e que os mesmo possam acreditar em seu projeto, porém para um gestor assumir o cargo, outro precisa sair, e como essa troca deve ser feita? Quais são os passos que o novo gestor deve seguir? A Revista entrou em contato com Amanda Accioli, advogada condominialista e síndica profissional, para esclarecer o assunto.
Repórter da Revista dos Condomínios – Sabemos que é comum fazer a troca do síndico de dois em dois anos, mas, uma das dúvidas que devem surgir na mente dos candidatos a síndico, é: Quais são as regras para fazer a troca de síndico?
Amanda Accioli: AA troca de síndico se dá sempre que o mandato do mesmo se encerra, isso é de 2 em 2 anos e algumas Convenções preveem de 1 em 1 ano, quando o síndico renuncia ou ele é destituído. Geralmente acontece no primeiro semestre do ano, quando muitos condomínios fazem assembleia ordinária para duas pautas importantes: prestação de contas e a troca de síndico. E para que, nesta última, a transição seja tranquila e o mais transparente possível é importante fazer a “passagem da gestão” seguindo alguns cuidados. Primeiro de tudo, evitar desentendimentos com o síndico que vai deixar o mandato. Não adianta criticar a antiga administração. O mais saudável é que haja uma conversa entre o novo síndico e o anterior para que se esclareçam quaisquer dúvidas ou pendências em andamento no condomínio.
RDC – Pronto, o síndico assumiu o seu novo cargo, e agora? Qual é a primeira coisa que um síndico deve fazer ao
ser eleito em um novo condomínio?
Amanda Accioli: Logo que assumir o posto, sugiro procurar sua administradora e buscar orientações para usar o portal ou App de gestão condominial. Ele será uma ferramenta importante para uma gestão eficiente e transparente, bem como um bom bate papo com o seu gerente de condomínio e o corpo diretivo, nada melhor que os próprios moradores para passar a história do condomínio. A administração de condomínios exige conhecimento em diversas áreas. Engenharia, arquitetura, psicologia, elétrica, administração, recursos humanos, departamento pessoal, advocacia, cobrança, finanças e vários outros.
RDC – Na tomada de posse, quais contratos são necessários para a assinatura do síndico?
Amanda Accioli: Os contratos que serão celebrados daquele momento em diante. Mas deverá analisar todos os contratos em andamento naquele condomínio, ver se estão sendo cumpridos, renegociar valores etc. Importante salientar: O síndico anterior deve entregar todos os documentos referentes à sua administração, principalmente: Apólices de Seguro; Cartão de CNPJ; Folhas de Ponto de Funcionários; Laudos PCMSO/PPRA; Livro de Inspeção do Trabalho; Escritura de Convenção e o Regulamento Interno.
RDC – Mas o síndico pode renunciar a qualquer momento?
Amanda Accioli: Sim, não há nada que o impeça de abandonar o cargo.
RDC – Já vimos quais são as regras para a troca de síndico, a primeira ação que o novo gestor deve ter, se há algum contrato para ele assinar na hora da posse e se o síndico pode renunciar. Após tudo isso, se o novo gestor ainda tiver dúvidas sobre a antiga gestão, qual a melhor forma para ele conseguir sanar essas dúvidas?
Amanda Accioli: Sugiro sempre uma boa conversa com a administradora, com as pessoas do corpo diretivo atual e às vezes até da anterior gestão.
RDC – Assumindo o cargo, o gestor terá que lidar com documentos, contas, infraestrutura, e o mais difícil, com as pessoas. Quais são os cuidados que um novo síndico deve tomar ao se relacionar com os condôminos?
Amanda Accioli: Manter contato e reuniões constantes fará com que os membros sigam o mesmo pensamento, além de ajudar o síndico a delegar tarefas e responsabilidades. O síndico pode se reunir com o Conselho pelo menos uma vez ao mês, seja para solicitar sugestões, apresentar propostas, além de prestar contas aos conselheiros. Agindo como “olhos e ouvidos” dentro do condomínio, cabe aos conselheiros também cultivar as boas relações com o síndico profissional. É uma via de mão dupla. O conselho precisa, por exemplo, ficar atento à prestação de contas, acompanhar os gastos do condomínio e ajudar o síndico profissional na tomada de decisões.
RDC – Para finalizar, você poderia dar algumas dicas para os novos gestores?
Amanda Accioli:
Sugiro o seguinte:
• Verifique os inadimplentes;
• Conheça o histórico e a rotina do condomínio;
• Agende reuniões mensais com os conselheiros;
• Avalie se está faltando algum serviço essencial;
• Monte comissões para temas diversos (obras, reformas, reciclagem de lixo, etc.);
• Peça à administradora um perfil social dos moradores (nº de condôminos, pets, idade, etc.);
• Confira se estão ativos documentos importantes, especialmente: Seguro Condominial;
• AVCB; RIA dos elevadores;
• Ações judiciais em andamento;
• Certidão de débitos negativos;
• Lembre-se, a função do síndico e suas atribuições estão previstas no Código Civil, do capítulo “VII Condomínio Edilício”, que vai do artigo 1.331 a 1358.
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Amanda Accioli