
Na edição anterior, abordei como a sindicatura se construiu, numa analogia com um avião em pleno vôo – alguém, com coragem e boa vontade, se candidata a pilotar a aeronave e fazê-la pousar, sem conhecimento, técnica e perícia. O que pode trazer consequências para os passageiros e a aeronave e, principalmente na vida do síndico. O empirismo, a subjetividade, a falta de técnica e métodos, fez com que a sindicatura fosse construída com muito sofrimento para aquele que se lançava neste desafio.
Porém, não precisa deste jeito.
Como podemos fazer com que a sindicatura seja algo mais previsível e com maior controle de situações no cotidiano? Onde e como esta carga de stress possa ser amenizada?
Vamos começar por compreender a dinâmica dos condomínios como um sistema complexo, que, segundo Edgar Morin, a característica natural dos sistemas complexos é a desordem. Isto quer dizer, naturalmente condomínios funcionam, se nada fizermos, desordenadamente, e desordem, gera desordem. Que notamos na falta do cumprimento das regras, desleixo com as áreas comuns, descontrole financeiro, abandono e conflitos, e vão crescendo em escala, cada um dos problemas.
O síndico, acaba se tornando o para raio de todos os problemas, se vê envolvido em meio ao caos da desordem e sai agindo reativamente na tentativa e esperança de “estar resolvendo problemas”, que poderiam ser muito bem evitados. Seu papel é compreender essa dinâmica, responsabilizar-se e começar pela organização e planejamento de suas ações. Ao atuar proativamente, com técnica, metodologias e ferramentas de gestão é possível criar ambientes mais harmônicos, previsíveis e mais eficientes. Aliviando a sobrecarga mental e emocional, envolvidas na sindicatura e trazendo mais satisfação aos condôminos. Busque conhecer as ferramentas de gestão que vão lhe auxiliar, encontre sua metodologia de trabalho, tenha foco e disciplina para trabalhar de maneira mais coordenada, mantendo controle do que é possível ser controlado. E saiba diferenciar, o que você tem controle, pode e deve controlar, daquilo que você não tem controle. Por exemplo: você não controla o comportamento dos condôminos, mas com um bom planejamento da sua comunicação, comunicando constantemente as regras, reforçando comportamentos esperados e agindo com as ferramentas que possui – notificação e multa, quando necessário, você estará agindo proativamente e estrategicamente.
A sindicatura exige técnica e métodos, caso contrário, será um bonde descarrilhado, ou um boing prestes a um desastre. E é você que está no comando. Escolha ter um bom plano de vôo.
Um grande abraço
Ariane Padilha
Professora, Psicóloga, Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, Consultora e Síndica Profi ssional da Fator G Condomínios. Professora e Coordenadora do Curso De Pós Graduação em Gestão Condominial/FAMAQUI.