Acesso à segurança:

Você tem no seu condomínio?

Empresa de desenvolvimento de software, a Schindler, fundada em 1992, iniciou sua operação depois da criação de um sistema de acesso para uma rede de hotel, com 11 empreendimentos no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Alagoas. Sigismund Schindler, formado em Engenharia de Computação (PUC-Rio/1990) concedeu entrevista para a Revista dos Condomínios para falar, entre outros temas, sobre sistemas de acesso para condomínios residenciais e empreendimentos comerciais de todos os tipos, cuidados e diferenciais necessários com a segurança.

Repórter da Revista dos Condomínios
– A empresa é especializada em acesso.
Em relação ao sistema de reconhecimento facial, como se comportou a demanda por esse tipo de sistema durante a pandemia?

Sigismund Schindler – Temos diversos sistemas, não apenas o de reconhecimento facial. Nós somos especialistas em leitura de placas, com uma plataforma para essa função; temos uma controladora fabricada pela própria Schindler. Toda plataforma de software é da própria empresa. O aplicativo, também conta com desenvolvimento próprio. Tem sistema de estacionamento, com liberação de tíquete, que depois paga em um totem. Agora, respondendo a sua pergunta: Com o advento da pandemia, por uma necessidade de evitar contato, a demanda por totens de reconhecimento facial cresceu bastante.

Repórter RDC – Vocês tem sistema de acesso para carro em garagens?

Sigismund Schindler – Possuímos, sim, além de um sistema de acesso automático, com tag, cujo fornecedor, de muitos anos, é também da empresa Sem Parar. Atualmente, somos representantes da Sem Parar no nicho de condomínios para os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Repórter RDC – Ou seja, os tags que se usa em shoppings, pedágios podem servir para entrar no condomínio de casa?

Sigismund Schindler – Exato.

Repórter da Revista dos Condomínios – Entendo. É uma ação de marketing para ampliar mind share. O que a gente pode traduzir como: Presença na mente dos consumidores. Isso tem um valor importante para reconhecimento da marca, correto?

Sigismund Schindler – Com certeza. Esse sistema é, em parte, subsidiado pela Sem Parar. Com isso, as antenas são cedidas por comodato para os condomínios que, então, pagam uma taxa mínima para utilizar o sistema. Algo em torno de R$10,00 reais por condômino em um condomínio com 100 unidades, mais ou menos.

Repórter RDC – É uma comodidade ótima a um custo mínimo.

Sigismund Schindler – Sim, com certeza. Mas além disso, é possível dizer que o sistema possui um nível de segurança enorme, pois trabalha com uma criptografia sem igual no mercado. Para quem já é usuário do sistema (tag) do Sem Parar, no caso do condomínio adotar o sistema, irá utilizar o mesmo tag.

Repórter RDC– Como é realizada essa importação de dados dos condôminos para utilização do sistema?

Sigismund Schindler – Quem é cliente da Schindler já faz parte do nosso banco de dados. Então, podemos pegar os dados desses usuários e registrar as chaves, já existentes, no sistema de acesso do condomínio. Os condôminos que não fazem parte, a gente vai lá e converte as informações das placas dos veículos para o banco de dados do sistema – o que não quer dizer que precisarão se cadastrar, também, para utilizar o sistema para shoppings e pedágios. Quando chegamos para implantar um sistema de acesso em um condomínio, em média, trinta (30) por cento dos condôminos já são clientes do Sem Parar – o que torna a conversão mais rápida.

Repórter RDC– Toda essa automaticidade não acaba levando insegurança para o condomínio. Você chega no condomínio e a porta abre, independente de você decidir e de ser adequado, dado a proximidade de pessoas ou de um outro carro, por exemplo, que está próximo demais do seu veículo?

Sigismund Schindler – O tag enquanto não está próximo de uma antena é como se estivesse morto. Então, caso o condômino verifique que existe uma situação inadequada para abertura de um portão, ele pode decidir se entra ou não. Basta não se aproximar na distância que ele, usuário do sistema, conhece e está acostumado.

Repórter RDC – Você falou que o sistema é subsidiado pelo Sem Parar para os condomínios, mas os tags não são baratos.

Sigismund Schindler – O subsídio do Sem Parar oferece cerca de 70% dos tags gratuitamente para aqueles condôminos que ainda não tem um tag da Sem Parar. Isso, além de subsidiar as antenas. Por isso, que é possível afirmar, como representante da Sem Parar para Condomínios, que, comparado com outros sistemas, sai muito mais barato. Aliás, é bom ressaltar, o valor que eu citei inclui as manutenções e o licenciamento para utilização do software. Como você mesmo disse, é uma ação de marketing que interessa a própria Sem Parar para aumentar a visibilidade de marca.

Repórter RDC – Você está falando em tags, mas a gente tem a disposição, e há muito tempo, os controles remotos para abrir os portões de garagem. Esses dois sistemas não se igualam em termos de segurança? 

Sigismund Schindler – Eu diria que essa tecnologia, de controle remoto, é a mais insegura que existe. Mas, faço a ressalva, não é ruim devido a uma questão de deficiência tecnológica do fabricante, mas sim das operadoras que instalam esses sistemas. O que acontece é que quando acionado o controle remoto envia uma chave numérica, mas também um token criptografado. A central tem que pegar tudo isso e realizar uma descriptografia, uma decodificação. Com isso, consegue garantir que não houve uma fraude. O problema é que as operadoras, que instalam esses sistemas, não aproveitam a segurança dos tokens, mas apenas a chave numérica que, sozinha, é possível de copiar.

Repórter RDC – E esse código é muito fácil de copiar?

Sigismund Schindler – Na internet você tem a disposição, hoje, para compra, clonadores de controle.

Repórter RDC– Gostaria que você falasse um pouco mais sobre a segurança desse controle de acesso realizado por tag.

Sigismund Schindler – Para acesso de veículos você tem que identificar o condutor. Não é possível você só identificar o carro. Isso não é seguro. Controle de acesso por identificação de placa é um contrassenso. Insegurança total. É barato? É. Mas é seguro? Não. Têm casos, registrados pela imprensa, de ladrões roubando a placa do carro do morador. Tem outra situação que os ladrões tiraram foto da placa e imprimiram em papel, comum, e colaram em frente a placa do carro deles e entraram na garagem e assaltaram os moradores.

Repórter RDC – Se é tão inseguro e já tem casos registrados de assalto, porque continuam a vender esse sistema (LPR)?

Sigismund Schindler – Porque é mais barato, mas é uma irresponsabilidade dessas empresas.

Repórter RDC – Entendo. Então, é obrigatório a necessidade de identificar o condutor na hora do acesso. E como a  Schindler faz isso?

Sigismund Schindler – A identificação pode ocorrer por biometria digital ou facial. Quando da pandemia, foi muito  demandado o sistema de biometria facial, que não exige contato físico com o sistema.

Repórter RDC – Um sistema mais completo talvez seja o que contempla a eclusa, com área de confinamento para o carro antes de adentrar o segundo portão da garagem, propriamente dita.

Sigismund Schindler – Esse sistema oferece uma segurança muito maior. Nesse caso, você até pode utilizar o reconhecimento de placa no primeiro portão, que é rápido de reconhecer e abrir. Uma vez fechado o primeiro portão, usaríamos um segundo sistema, por exemplo, de biometria facial. Esse é o pacote mais seguro que existe para acesso de veículos. No entanto, às vezes, não se tem uma boa ergonomia no local.

Repórter RDC – Um terreno muito inclinado, por exemplo?

Sigismund Schindler – Há casos em que a ergonomia local complica o uso do sistema de LPR, de leitura de placa.Por exemplo, quando o portão fica muito próximo da rua e a curva que o carro tem que fazer é acentuada, o que torna a leitura difícil. Aí, seria o caso de adotar um sistema por tag. Mais confiável. É claro que cada situação, cada local, tem que ser analisado para escolha da solução mais adequada.

Repórter RDC – E o melhor sistema é o reconhecimento facial?

Sigismund Schindler – Sim. Por várias perspectivas. Uma delas é que cerca de 2% da população tem digitais difíceis de serem identificadas pelas leitoras. Ai essas pessoas são obrigadas a carregar chaveiros com tokens, o que não é recomendável. Reduz em muito a segurança. Outra, como já citei, é a questão de contato físico com o totem, o que implica em uma questão sanitária. Na pandemia, a leitora facial teve uma demanda tremenda, pois a digital não era recomendável.

Repórter RDC – O sistema de eclusa, com lugar segregado entre dois portões que tem, cada um, seu próprio sistema de abertura, é o melhor em termos de segurança, correto?

Sigismund Schindler – A gente costuma colocar um terceiro sistema. O leitor biométrico para que o morador tenha a disposição o botão de pânico para ser utilizado no caso de o morador entrar já rendido dentro do carro. Nesse caso, o carro entra e é disparado um alerta para a segurança, avisando que você está entrando sob coação.

Repórter RDC – E a questão do acesso do pedestre?

Sigismund Schindler – Primeiro, é bom deixar claro que não existe segurança em porta. Já acompanhamos casos de morador abre a porta por digital e, na hora de entrar, vários criminosos entram junto. Então, o melhor sistema é o de catraca, pois com ela só passa uma pessoa.

Repórter RDC – Contudo, existem sistemas de duas portas com eclusa, igual ao sistema para carros. Funciona, em termos de segurança?

Sigismund Schindler – Se a segunda porta for aberta de forma remota por uma central, ou um vigilante externo no local, pode atender. Digamos que o condômino entra e, depois dele, entra uma pessoa não conhecida. O morador fica sem jeito e deixa a pessoa estranha entrar junto. Então, abre o segundo portão. Ou seja, nessa lógica, o sistema não funcionaria.

Repórter RDC – E, no caso de uma porta aberta por biometria facial, no meio externo, e uma catraca no interior da eclusa?

Sigismund Schindler – Esse é o sistema ideal. Tem um acesso rápido na entrada e só adentra, um por vez, com a catraca no segundo acesso. Pode colocar nesse sistema um casulo com luz em led. Quem tiver a identidade confirmada, recebe um feedback em luz verde, informando que já pode entrar. O casulo é ideal para áreas externas onde se tem muito ruído no ambiente, oque pode dificultar escutar o som do bip do sistema de entrada.

Repórter RDC – Esse siste ma de eclusa é ideal, até porque, se um eventual criminoso entrar com um morador, ficará preso na eclusa, pois não passará na catraca.

Sigismund Schindler – Depende do tipo de catraca. Se for uma comum, convencional, ela não pode ser desassistida. Ou seja, sem vigilância. Caso contrário, o criminoso pula a catraca. Agora, se for uma catraca conhecida como “torniquete”, aí, nesse caso, o problema de segurança fica resolvido. Essas catracas, normalmente em condomínios comerciais, são utilizadas em subsolo de garagem, onde não há a presença ostensiva da segurança.

 

 

Sigismund S. Schindler Leal 

Formado em Engenharia de Computação (PUC-RJ/1990) e pós-graduado
em Sistemas de Computação, depois MBA em Marketing. É fundador
e CEO da SIGSCHINDLER (1992). Já em 1999 criei e instalei sistema de
controle de acesso para rede hoteleira em 11 unidades no Rio, Minas
e Alagoas

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