Apps ajudam na boa gestão condominial

Como parte das condotechs, os aplicativos para celular vêm para facilitar a vida do síndico e dos condôminos

 
Vagner Lessa e Carlos Dantas

O mercado de inovação não para, e um dos fatores mais marcantes é a constante criação de aplicativos e softwares para que profissionais das mais diversas áreas possam ter suas funções facilitadas por esses dispositivos eletrônicos. E esse cenário não é diferente dentro dos condomínios. Engana-se quem pensa que os síndicos vão utilizar para sempre caneta e papel para tudo no dia a dia. Atualmente, ter uma rede completa de informação e possibilidade de ação diretamente na palma da sua mão é um diferencial, e nadar contra essa corrente de tecnologia é praticar autossabotagem.

Por essa razão, a REVISTA DOS CONDOMÍNIOS entrou em contato com algumas referências no mercado de aplicativos para esse meio a fim de que pudessem mostrar aos colegas que atuam no meio condominial como adotar essas inovações, o que pode ser a diferença entre uma gestão mais tranquila ou uma mais caótica.

Vagner Lessa, CEO do Villa Fácil e figura central do grande evento recém-terminado “Resenha Síndico”, encontro de alcance nacional realizado na Zona Sul do Rio de Janeiro e que contou com muitos participantes, falou como a utilização dos aplicativos ajuda no cotidiano.

“Eu acredito que as principais atividades do meio condominial ajudadas foram as de reserva de espaços comuns, como área da churrasqueira e salão de festa, e a integração desses aplicativos de gestão com a parte financeira das administradoras”, disse. Além disso, segundo ele, durante a pandemia, os aplicativos fizeram a diferença em relação aos agendamentos e entregas de correspondências porque aceleradores de processos facilitam a interação entre síndico e condômino. 

Ele informa que, atualmente, o próprio Villa Fácil já está enviando informações para moradores diretamente pelo WhatsApp pelo protocolo de correspondência. Dessa forma, após ser feita a leitura do código de barras pela administração, o condômino receberá a informação por três meios: celular, e-mail e aplicativo.

Contudo, claro que existem desafios. O empresário relata que condomínios menores, por exemplo, de 50 unidades, não buscam os aplicativos por uma questão de necessidade, especialmente caso o síndico também seja um morador, diferentemente dos edifícios com centenas de apartamentos e que contam com um síndico profissional, mas, caso seja feita a escolha, os gestores precisam ficar atentos a um item imprescindível.

Em sua fala, Vagner também explica que os síndicos podem e devem usar os aplicativos, mas lembra que eles vieram para agregar, não excluir. “O aplicativo, condotechs ou sites que oferecem essa facilidade são mais um canal de comunicação, não podem se tornar o único, a gente sabe que não pode ser extremista, pois precisam existir outros canais como telas de elevadores, e papéis para alguns comunicados. O morador necessita de um atendimento mais humanizado, e o síndico precisa disso, é um termômetro para mostrar aquilo que está acontecendo, o contato humano e a gestão de pessoas são fundamentais, sendo a base de tudo”, disse.

Quem também conversou com a nossa reportagem foi Carlos Dantas, administrador e especialista em Direito Imobiliário. Ele cita um termo interessante, o “SuperApp”. Quando perguntado se os aplicativos já estariam em seu ápice ou se ainda teriam espaço para mais inovações, ele menciona esse termo e o que poderá conter.

“Acredito que, com o aumento do uso pelos condomínios, os app podem se tornar um SuperAPP com diversos serviços agregados a ele que possam ajudar os condôminos, tais como contratação de diaristas, eletricistas, bombeiros hidráulicos, entre outros”, disse. 

Além disso, outro ponto importante, especialmente por essa ser a última edição do ano, foi perguntar ao especialista o que ele enxerga como tendências não apenas para 2023, mas para o futuro como um todo. De acordo com Dantas, a valorização da experiência será tudo, e as empresas de tecnologia já começaram a prestar atenção. 

“Vejo como uma tendência oferecida pelas empresas de software, que atendem as administradoras e consequentemente oferecem as inovações aos condomínios, a valorização da experiência de convívio entre os condôminos. Com os apps surge uma oportunidade de melhorar a comunicação dentro do condomínio em uma ferramenta formal com históricos para ajudar o síndico na gestão. Cabe às administradoras e aos síndicos pensarem em formas criativas de uso, regulamentação e incentivo/divulgação para que os condôminos utilizem essas plataformas”, completa.

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