Boas perspectivas de crescimento no setor imobiliário residencial

Estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias revela bons números de 2022, e prevê um cenário positivo para o mercado também para este ano

 
Luiz França

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) divulgou em março estudo que prevê a valorização dos imóveis e o crescimento de 5% do setor imobiliário neste 2023, com base nos números apurados no ano passado. As vendas de novos imóveis no país subiram 9,2% em 2022, com mais de 156 mil unidades comercializadas, o maior volume desde o início da pesquisa, em 2014. O estudo foi realizado com 18 empresas associadas à ABRAINC, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

Os dados revelam que, durante o último ano, o setor foi fortemente impactado pela venda de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP). O segmento somou 46.878 unidades comercializadas e um crescimento de 67,8% em relação ao ano anterior. Do outro lado, o antigo Casa Verde e Amarela, hoje Minha Casa, Minha Vida, totalizou 105.826 unidades habitacionais comercializadas e registrou uma oscilação de – 6,4% na comparação com o total de vendas do ano anterior. As incorporadoras também relataram a entrega de 89.318 unidades em 2022 -número 13,2% superior ao total entregue em 2021 (78.902 unidades) e o melhor resultado desde 2016 (122.060 unidades).

Números que revelam um mercado aquecido, em com tendência de expansão para este 2023. Mas, para que esse movimento seja confirmado, e sustentado, é bem-vinda uma ajudinha da política econômica. Na avaliação do presidente da ABRAINC, Luiz Antonio França, para que em 2023 o setor siga neste mesmo ritmo de crescimento é importante que o Banco Central realize medidas regulatórias para aumentar a oferta de crédito imobiliário disponível na praça. “Uma possível medida seria o aumento no percentual de recursos da Poupança, que é direcionado obrigatoriamente ao crédito imobiliário, dos atuais 65% para 70%. Também é possível avaliar outras alternativas de estímulo ao financiamento habitacional, como a redução dos juros de crédito imobiliário no IRPF”, explica.

O executivo acredita que, apesar dos desafios, o mercado imobiliário deve seguir com um bom desempenho neste ano, com indicadores apontando para melhora na renda e consumo dos brasileiros, e o mercado poderá absorver as mudanças do Minha Casa, Minha Vida. “Nossa perspectiva é positiva e alguns dos principais indicadores macroeconômicos do Brasil apontam que podemos ter um bom momento. Em 2022, tivemos um grande volume de vendas e a expectativa é que 2023 tenha um ritmo similar”, prevê o presidente da ABRAINC.

No ano passado, o valor médio dos imóveis novos vendidos subiu 10% e ficou em R$ 344,5 mil, enquanto a média de preços dos lançamentos foi de R$ 381,4 uma alta de 11,4% em relação a 2021. Ao todo, 129.432 unidades foram lançadas em 2022, o que representa o segundo maior volume da série histórica da entidade, iniciada em 2014, ficando atrás apenas do resultado de 2021 (153.726 unidades). Do total de lançamentos, 65,8% são do antigo CVA, totalizando 85.180 unidades. Em relação ao MAP, responsável por 34,2% dos lançamentos imobiliários, foram 44.247 novas unidades apresentadas.

Outro dado que revela o bom momento vivido pelo mercado imobiliário é a baixa relação entre distratos e vendas de unidades do MAP. No ano de 2022, essa relação atingiu o menor patamar da série histórica (9,5%), o que representou uma queda de 1,4 pontos percentuais em relação a 2021. Para efeito de comparação, no fim de 2018, quando foi publicada a Lei nº 13.786/18 (Lei do Distrato Imobiliário), que estabeleceu parâmetros para a resolução de contrato de compra e venda de imóveis por desistência e por inadimplemento das partes, a relação distratos/vendas entre os imóveis de Médio e Alto Padrão era próxima dos 50%. 

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Luiz França

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