Quem conta um conto aumenta um ponto

Nas últimas eleições para a Presidência do Brasil pudemos perceber de forma contundente o perigo das mensagens passadas e repassadas de boca a boca, de celular a celular… Mensagens sem fonte segura, sem informação alguma sobre a autoria ou a origem… tendo como única referência o já famoso “vozes da minha mente”.

Quanto risco corremos ao disseminar pseudoconhecimentos sobre o que quer que seja! De campanhas políticas a fatos corriqueiros no ambiente profissional ou familiar, qualquer mensagem comunicada sem base na verdade representa um imenso dano coletivo. Nas campanhas eleitorais deste 2022 recebemos uma quantidade absurda de “fake news” travestidas em vídeos muito bem-produzidos, em linguagem formal, parecendo coisa muito séria e real! A mentira chegando com cara de verdade.

Precisamos ter muita atenção e cuidado para não cairmos na armadilha de confundir opiniões e fatos. As primeiras têm por base o “achismo”, a impressão subjetiva sobre algo. Já os fatos são unânimes, objetivos, e não dão margem à dúvida. No que você prefere basear seus julgamentos? Nos fatos ou nas opiniões? Eu fico com os fatos! Opiniões não me servem, a não ser para conhecer o caráter daquele que opina. Lembremos que “quando Pedro fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”.

Condomínios são espaços muito propícios à disseminação dos mais diversos tipos de mensagem. Portanto, nos corredores, elevadores, piscinas, garagens… nos grupos de WhatsApp, nos e-mails etc tenhamos nossas antenas bem sintonizadas para captar apenas o conhecimento que venha de fonte segura, para reter somente o que é fato e descartar o que é mera opinião, fofoca ou intriga.

Já diziam nossas avós: “quem conta um conto aumenta um ponto.” E lá se vai a “rádio corredor” disparando falsas informações de toda sorte: desde as mais sérias até as mais triviais, de “remédios” sem comprovação científica até mentirinhas sobre um colega de trabalho.

Façamos a diferença nesse mundo de “fake news”, de fofocas e intrigas! Desconfie de tudo o que você ouve ou lê. Verifique de onde ou de quem vêm as palavras antes de repeti-las por aí. Não esqueça que “o homem é escravo do que fala e dono do que cala”.

Cecília Egito é professora e revisora de texto em Língua Portuguesa, com prática nas duas atividades há quase duas décadas. Doutora em Estudos da Linguagem e mestre em Letras pela PUC-Rio, graduada em Letras pela Uerj.

ceciliacarvalho3@gmail.com

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