Tenha Visão – As visões do síndico

Na última coluna (edição outubro), me propus a abordar, aqui, as habilidades necessárias na construção da competência do síndico/gestor condominial. Já que falamos tanto em conhecimentos, indispensáveis na construção da competência, precisamos falar de habilidades e buscar desenvolvê-las.

Vamos começar pela habilidade cognitiva, que considero fundamental e primordial o exercício da sindicatura. Refere-se a como você enxerga o condomínio, e é a partir dela que você constrói sua gestão e colhe os resultados. É a Visão Sistêmica. Vamos lá!

A Visão Sistêmica é o primeiro passo para uma boa gestão. Condomínios são um sistema. Isso quer dizer que, assim como nosso corpo humano, um condomínio é feito de partes interligadas, que interferem e influenciam o funcionamento do corpo, e cada uma dessas partes tem um objetivo em comum, nos manter vivos. E ainda “O todo é maior que a soma de suas partes”. “Condomínio” é o nome dado a esse sistema que gerenciamos, onde todas as partes possuem interligação e influenciam as outras e é a soma dessas partes e ainda sofre interferências externas (é um sistema aberto), como por exemplo: o barulho do vizinho que incomoda o outro, a obra realizada no condomínio, que interfere na rotina do morador, a infiltração no telhado, que prejudica uma unidade, a falta de um colaborador, que prejudica a rotina do condomínio, a inadimplência que interfere nas ações, o ciclone, que destelha e alaga, e assim por diante.

Em condomínio, tudo está interligado e precisa funcionar bem para cumprir seu objetivo, que é proporcionar segurança, sossego e salubridade. E ainda contamos com a imprevisibilidade, por ser um sistema aberto e complexo, não controlamos tudo dentro do condomínio, não controlamos o comportamento dos condôminos e de todos que circulam ali, não controlamos condições climáticas, o que torna tudo mais desafiador. O único controle que temos é sobre como vamos agir e reagir diante das situações e do cenário. Comece vendo o TODO!

É preciso entender cada uma destas partes e analisar o cenário. Ao analisar um problema e tomar uma decisão, é preciso avaliar não apenas a necessidade imediata, mas o impacto e as consequências que a ação/atitude/decisão vai gerar em outras áreas. Ao fazer isso, a probabilidade de acerto é muito maior.

Na prática: exercite seu olhar para o todo e para as partes, das partes para o todo e suas ligações e interferências. Em cada ação, pense como isso está impactando a rotina dos condôminos, dos colaboradores e do condomínio como um todo. O que é preciso fazer (planejar as próximas ações) para minimizar os impactos negativos e como proporcionar impactos positivos nesse todo. Por exemplo: ao executar uma obra é preciso olhar todas as partes afetadas, organizar, planejar, comunicar e executar, pensando nos impactos gerados.

Quanto mais exercitamos, mais desenvolvemos uma habilidade, e com o passar do tempo isso passa a ser automático no nosso funcionamento cognitivo. Aprendemos a pensar assim, sempre.

Um grande abraço.

Ariane Padilha é professora, psicóloga, especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, consultora e síndica profissional da Fator G Condomínios, além de professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão Condominial da Famaqui.

@arianepad

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