A filosofia sistêmica imobiliária, suas aplicações e resultados efetivos

A filosofia sistêmica imobiliária usa da história para observar os acontecimentos que envolvem imóveis de uma cidade, a começar pela origem da própria terra, traçando a partir daí uma linha do tempo, de modo a enquadrar e saber o que de fato estaria impactando o desenvolvimento de um imóvel. Dizemos que a história de um imóvel desde a construção até sua entrega, por exemplo, traz na raiz acontecimentos quede alguma forma tem força direta no sucesso ou no prejuízo daquela edificação. Existe na filosofia sistêmica imobiliária o estudo da fenomenologia que cerca a continuidade de uma terra, sua força, suas impactações no mundo e sua efetiva destinação. A história traz, para nós, a informação de que todos os acontecimentos no mundo são cíclicos e de alguma forma se repetem no ciclo da vida, nas civilizações, nos países e em todas as sociedades. A história gera impactos. Podemos ver isso através das colonizações, onde cada povo traz, geralmente, algum comportamento ligado à sua ancestralidade de nascimento. Exemplo: povos que têm ancestralidade de portugueses, índígenas e africanos, como no Brasil, trarão no decorrer de anos para a terra ligações com lutas, abusos, violências e os mais diversos itens trazidos da dominação física que foi sofrida pelos que aqui chegaram antes de nós. E só por essa informação, já temos que as terras brasileiras sempre serão alvo de confusões e guerras internas, posto que isso marcou desde sempre a existência dessas propriedades. Traremos, aqui, alguns casos onde a filosofia sistêmica foi usada com sucesso para a solução de conflitos, já que, olhando a história imobiliária de uma terra, é possível retirar os impactos históricos negativos, e a partir daí, solucionar-se questões muito antigas. Hoje traremos alguns exemplos de como são retiradas as impactações que geram conflitos imobiliários: 

1º caso – Condomínio datado de 1958, com cerca de 5000 moradores, tomado pelo tráfico de drogas. O proprietário do terreno foi Marechal Deodoro da Fonseca, ex-presidente, homem que foi considerado herói da guerra do Paraguai. Terreno originariamente foi a sua casa. O terreno havia sido comprado com dinheiro oriundo de guerra, onde foram mortos muitos homens, assim, resolvemos honrar tais mortes e fizemos o plantio de árvores no local, e após isso, o prédio foi absolutamente pacificado. 

2º caso – Pensionamento de mulher x ex-marido: No campo fenomenológico, havia uma ligação ao fato de que a cliente não conheceu seu pai biológico, não tendo o nome dele na certidão de nascimento. O fato dela não ter sequer o nome do seu pai na certidão a transformava numa pessoa exigente de pensionamento do ex-marido para com suas próprias filhas. Após feita a dinâmica, o padrasto da cliente pediu para colocar seu nome como seu pai na certidão, uma vez que seu pai biológico já era falecido e não a havia registrado. Conclusão do caso: A cliente desistiu de pedir ao pai de suas filhas valores impossíveis de serem pagos por ele e o processo foi arquivado. 

3º caso – Advogada falece e deixa vários passivos de seu escritório para seus filhos resolverem com clientes. Um dos clientes propõe ação, pedindo valores não repassados por ela em vida. Fizemos a dinâmica sistêmica honrando as patronas novas do cliente em relação à falecida advogada; e o processo de cobrança contra o espólio da advogada foi extinto por acordo. 

4º caso – Academia de ballet não consegue clientes, cuja grande maioria deveria ser de crianças. Feita a dinâmica, observou-se a existência de abusos sexuais com crianças, o que gerava uma impactação negativa na obtenção da clientela infantil. Um mês depois, descobriu-se, por denúncia, que um professor estava abusando de uma aluna menor. Foram feitos os atos cabíveis contra ele; e a academia passou a ter crianças matriculadas por seus pais de maneira exitosa. Estes são alguns casos apenas.

Gracilia Portela é advogada condominialista sistêmica e presidente da ABJFSis – Academia Brasileira de Justiça e Filosofia Sistêmica.

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