Síndico profissional ganha muito?

A figura do síndico profissional tem se tornado cada vez mais frequente no universo condominial, seja pela falta de pessoas de dentro do condomínio que aceitem assumir o desafio e a responsabilidade embutidas nesse tipo de gestão, seja também pela complexidade da atividade, que tem demandado a necessidade de preparo para executá-la. E embora a sua presença e seu papel sejam considerados fundamentais em qualquer tipo ou porte de condomínio, uma questão que normalmente passa na mente de muitos condôminos é: esse tipo de profissional ganha muito ou até mesmo acima do que deveria? Nas próximas linhas, esse questionamento é detalhado.

Para iniciar a construção de uma resposta para essa questão, é válida a reflexão de que, assim como em toda profissão, o merecimento ou não seja condicionado à análise do resultado que o profissional, neste caso, o síndico, apresenta. Nesse aspecto, o preparo entra como item essencial.

A atividade de síndico profissional vem se disseminando fortemente, principalmente nos últimos cinco anos, e o mercado condominial tem percebido que, embora existam aqueles profissionais pouco dedicados e desatualizados, há muitos que estudaram, se prepararam e seguem em constante e necessária atualização para desempenhar essa função, o que contribui definitivamente para o alcance de bons resultados e, assim, a sua valorização.

Por essa razão, apesar de muitos condôminos terem a visão de que se trata de um gasto a mais para o condomínio, o valor despendido a um síndico profissional deveria ser visto como um investimento para se alcançar um objetivo do condomínio, qual seja a sua gestão saudável e eficiente. Para que essa equação seja solucionada da melhor forma possível, o síndico profissional precisa entender que ele é um corpo estranho dentro do condomínio e ele precisa se preparar e apresentar resultados para os condôminos que, por sua vez, precisam compreender o que querem, que basicamente é a busca por melhorias e a valorização de seu imóvel.

Para minar ou ao menos reduzir esse tipo de pensamento por parte dos condôminos, é fundamental o rigor no processo de seleção do síndico profissional. É preciso saber detalhadamente o preparo de cada candidato, sua experiência, os cursos realizados, certificações, bem como outras ações ligadas ao exercício dessa atividade, como seminários, palestras e workshops, essenciais para manter o profissional atualizado.

Um bom síndico profissional consegue se pagar, o que significa que sua atuação no condomínio se reverte em economias ao caixa condominial, ganho com comodidade e segurança aos moradores, além da valorização patrimonial.

Esse entendimento tem acontecido e se ampliado mais recentemente, e quem observa a atuação de um bom profissional consegue perceber sua multidisciplinaridade, que demanda conhecimentos nas áreas da Contabilidade, do Direito, da Administração e até mesmo da Psicologia, exigindo muita responsabilidade e preparo de quem atua nessa profissão. A complexidade foi ainda mais evidenciada durante a pandemia, tanto que nesse período cresceu muito o número de condomínios com síndico profissional, uma vez que síndicos moradores deixaram o cargo por não aguentarem a pressão sofrida.

Ricardo Karpat é diretor da Gábor RH e da Certificação Síndico 5 Estrelas, colunista do programa CBN A Voz dos Síndicos e apresentador do programa Condomínio em Pauta, pela CondTV.

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