Informação: moeda valiosa

Síndicos e gestores precisam falar a língua dos condôminos

 
DIL MELLO

Muitas pessoas acreditam que o dólar e o euro são as moedas mais importantes do mundo. De fato, por seus valores monetários, possuem um alto poder financeiro. Contudo, existe algo maior que qualquer moeda: a informação. Afinal, com sua propagação cada vez mais acelerada pelas interfaces tecnológicas, é preciso muito cuidado para que seja transmitida sem que haja ruídos que prejudiquem a compreensão.

E isso não é diferente no mundo condominial, pois, para que os síndicos, gestores e administradores possam efetuar suas funções de maneira otimizada, precisam estar antenados com o que está dando certo. Conversamos com Dil Mello, comunicóloga, jornalista e criadora do método “Destravando a Comunicação para Síndicos e Empreendedores”, a fim de sanar as dúvidas a respeito de como deve ser feita a comunicação condominial atualmente.

“A comunicação eficaz no condomínio deve ser feita utilizando o maior número de canais possíveis”, afirma. Isso já reflete um retrato das adaptações e táticas que o síndico precisa ter perante os condôminos. Não estamos mais na era apenas do visual e do impresso, o audiovisual e o meio digital são aliados e precisam ser usados, mas ela alerta que, para que o contato seja feito com os funcionários e colaboradores do prédio residencial, o approach deve ser outro, e a mensagem, passada cordialmente, precisa ser efetuada apenas de forma presencial e por meio de reuniões, sempre pedindo muita atenção para que não haja ruído. Afinal, o bem-estar do condômino ou morador pode ser afetado diretamente e gerar problemas para o condomínio.

“A tecnologia hoje é a grande aliada do síndico na comunicação. No entanto, precisa ser implementada com treinamento. Canais como o WhatsApp, por exemplo, precisam de regras e mediação constante para evitar conflitos”, orienta. Segundo ela, quem não usar esses canais não vai conseguir atender às demandas, por isso, ela listou os novos meios que podem ser adotados para que o síndico tenha uma gestão mais moderna. Dil Mello esclarece que é melhor evitar o mais comum dos aplicativos de mensagem, o WhatsApp, mas manter a formalidade, por mais que ela possa ser algo maçante em determinados momentos, é necessário, pois o síndico é o “comunicador do condomínio”. E ser formal não significa ser duro ou agressivo, visto que é possível ser leve mantendo a linguagem apropriada.

Confira as dicas da especialista:

  • Ter um aplicativo personalizado do condomínio com todos os informes sobre os serviços e regras;
  • Usar a rede social aberta como Instagram e Facebook para registro das ações do dia a dia;
  • Manter um quadro de avisos tradicional;
  • Instalar TV nos elevadores;
  • Fazer disparo mensal de newsletter com as novidades e informes da gestão para o e-mail dos condôminos.

Outra importante estratégia para quem vai comunicar é o aperfeiçoamento. Todos nós aprendemos a falar, mas nem todos realmente sabem transmitir ideias de maneira precisa, clara e coesa. Por isso, para que o síndico não comece a criar ambiguidade na cabeça dos inquilinos, por exemplo, há como melhorar a sua oratória. Seja de forma casual, treinando em momentos oportunos ou se inscrevendo em cursos que vão deixá-lo mais confortável e capacitado.

Contudo, é necessário saber diferenciar dois temas que podem parecer iguais, mas que na verdade têm fundamentos bastante diferentes. Estamos falando das comunicações persuasivas e não violentas. “A comunicação persuasiva é aquela que influencia e gera resultado no outro. Extremamente importante para o síndico no seu dia a dia. Já a comunicação não violenta é resultado da comunicação assertiva, onde existe diálogo, escuta e conclusão dos fatos de forma harmônica”, completa.

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