Sindicatura sem sofrimento

É possível aliviar o fardo das responsabilidades, das demandas, das cobranças e da rotina no dia a dia do Síndico? Sim, quando compreendemos mais a fundo nosso objeto de trabalho, compreendemos sua dinâmica, aceitamos o modo de funcionamento dos condomínios e agimos para minimizar seus impactos, estamos atuando rumo a aliviar a carga posta sobre a função e a figura do Síndico. Atividade extremamente estressante, devido ao histórico da função e da forma de atuação de cada um, atualmente. Te proponho um exercício de visualização: Imagine que você está em um vôo, como passageiro, e em dado momento, alguém da tripulação (por algum problema com os pilotos) anuncia que é preciso alguém para pilotar o avião e fazer aterrissá-lo em segurança. Ninguém quer se candidatar, você, corajoso e com muita boa vontade se candidata e toma a frente de fazer o avião pousar. Assume o comando e se depara com um monte de botões, chaves, manivelas, luzes e mapas. Nunca viu aquilo, mas… você é bem corajoso e já se sente responsável por todas as vidas a bordo e vai fazer seu melhor. Como você imagina que estaria o seu coração? E a sua cabeça? Coração bombeando a mil, cabeça explodindo e você tendo que tomar decisões. Ah! Considere que algum ou alguns passageiros resolvem ficar no seu pé, dando palpites, criticando ou dizendo como você deve fazer, mas nenhum se candidatou a assumir o controle. A essa altura, seu nível de stress está altíssimo, seu corpo todo ativado, em estado de alerta, seus hormônios a mil. Só existem dois resultados possíveis, aterrissar e salvar todos, ou provocar um grande estrago e impacto na vida de todos. Por sorte ou intuição, você tomou as decisões certas, conseguiu controlar seu nível de stress, focar no seu objetivo e aterrissou o avião com sucesso! Parabéns! Você gostou e resolve assumir mais vôos, quando as oportunidades surgirem. E assim você vai… (e assim começou a sindicatura profissional no Brasil). Porém, a cada nova oportunidade, os sentimentos são os mesmos, a tensão continua, o stress também e os passageiros cada vez mais intolerantes. Aí você percebe que precisa conhecer um pouco mais daquele equipamento, conhecer as normas da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), se sente um pouco mais preparado e vai ganhando cada vez mais segurança, mas o stress na atividade só se multiplica com as cobranças, demandas e relacionamentos difíceis com condôminos. 

A sindicatura acaba lhe trazendo sofrimento (mental, emocional e físico), mas na rotina do dia a dia, você vai levando, apagando um incêndio aqui, fazendo um ponto ali, equilibrando um prato e desequilibrando outros. Faz sentido para você? Como podemos fazer com que a sindicatura seja algo mais previsível e com maior controle de situações no cotidiano? Onde e como esta carga de stress possa ser amenizada? Como de costume, não consigo concluir um texto, por aqui, apenas com uma edição (risos), então na próxima edição, te convido a me acompanhar nesta viagem para compreendermos melhor essa dinâmica e o que podemos fazer. Até a próxima edição! 

Um grande abraço.

Ariane Padilha 

Professora, Psicóloga, Especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, Consultora e Síndica Profissional da Fator G Condomínios. Professora e Coordenadora do Curso De Pós Graduação em Gestão Condominial/FAMAQUI

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