Síndicos sem apuros

Administradoras de condomínios garantem auxílio profissional e trazem benefícios como maior tranquilidade na gestão, redução de custos e ganhos na eficiência

 

Não há dúvidas de que elas podem ser importantes aliadas dos síndicos, especialmente em grandes complexos. Mas, de verdade, como podem contribuir com as gestões? Qual a importância do suporte das administradoras em temas como assessoria trabalhista, admissão e demissão, controle de frequência, folha de salários, benefícios, taxas, impostos e contribuições? “A principal função da administradora de condomínio é contribuir no auxílio ao síndico e condôminos nas atividades da gestão condominial, orientá-los sob aspectos das áreas financeira, jurídica, fiscal, trabalhista e de recursos humanos”, adianta Cinthia Braz, graduada em Gestão de RH, formada em Gestão em Condomínios pela Secovi e gerente geral do setor de Condomínios do Grupo Francisco Egito. Ela garante que a orientação de profissionais qualificados faz toda a diferença na rotina do condomínio, alavancando na construção de uma administração eficaz.

Segundo ela, a orientação ao síndico na condução de planejar receitas e despesas, folha de pagamento, orientação ao pagamento a terceiros e fiscais, combate à inadimplência, manutenção predial, prestação de contas e, principalmente, mediação de conflitos, faz com que a gestão tenha atitudes assertivas, necessárias para um condomínio ser eficiente. “As rotinas de condomínios atualmente são comparadas às de empresas e, por isso, é de extrema importância uma administradora com expertise em todos os assuntos para melhor auxílio ao síndico. A não emissão de forma correta das guias previdenciárias ou fiscais pode resultar em processos judiciais por parte de funcionários ou órgãos competentes. É vital que a administradora esteja alinhada nas informações, com atualizações constantes, tendo em vista que as mudanças ocorrem na ‘velocidade da luz’. Desta forma, o condomínio terá maior segurança em suas prestações de contas, possibilitando que o síndico tenha mais tempo para analisar e implantar melhorias”, resumiu.

A administradora também pode auxiliar na elaboração e condução das assembleias, sejam elas presenciais ou virtuais, fazendo mediação de conflitos, confecção da ata de forma imparcial, com o objetivo de atender às necessidades do condomínio num todo. E há ainda um outro tipo de auxílio possível. “Alguns condomínios possuem funcionários orgânicos, outros terceirizados, e outros apostam em modelos mistos”. A administradora pode avaliar medidas que possibilitem a redução deste custo que, na maioria das vezes, representa cerca de 60% a 70% das despesas, sugerindo escalas, excluindo o pagamento de hora extra e ampliando a prestação de serviços. É importante destacar que o foco não é só a redução de custos, mas também a valorização dos profissionais que devem trabalhar num ambiente saudável e com o devido reconhecimento, pois lidam diariamente com o nosso bem mais precioso: ‘a nossa família’, seja um edifício residencial ou comercial”, diz Cinthia, que está prestes a se formar em Direito.

Gestão tradicional, porém digital e humanizada

 

Contabilista com expertise em administração condominial há 21 anos e sócio fundador da Condias, Fábio Dias é um entusiasta de soluções inovadoras para condomínios e métodos de gestão que tragam redução de custos, aumento de receitas e valorização patrimonial. “Cada vez mais o mercado anseia por profissionais especializados. Não deve ser diferente quando se pensa em administradoras de condomínios”, defende, ressaltando que a pandemia de Covid-19 trouxe novos desafios para o setor. “Com a necessidade real de ser digital, nos modernizamos e hoje fazemos uma gestão tradicional, porém digital e humanizada. Isso faz toda a diferença na hora de ajudar cada síndico na tomada de decisões mais assertivas.”

Graduando em Engenharia Civil, voltado justamente para soluções condominiais, ele garante que, desde condomínios com apenas seis unidades a grandes complexos, sejam residenciais ou comerciais, contar com uma boa administradora faz toda a diferença. “Ela deve ser sempre o braço direito do síndico e, consequentemente, dos condôminos por ele representados. O papel da administradora é cada vez mais importante, uma vez que a legislação e as soluções estão em constante mudança, cabendo à empresa contratada indicar o caminho correto a ser percorrido pelo síndico, evitando que este tome decisões que possam trazer prejuízos para o condomínio. Além de fazer com que o trabalho do síndico seja mais leve e focado na gestão interna, deixando a burocracia para a administradora. As boas gestões, quando amparadas por especialistas, refletem diretamente na valorização patrimonial e numa cota condominial justa, e ajudam na comunicação e prestação de contas mais transparentes”, pontuou.

No que tange à área trabalhista, a administradora tem papel fundamental. Principalmente com o advento do e-Social e DCTFWEB, a assessoria trabalhista não se limita ao trivial, que é seguir a legislação vigente, mas também no âmbito do estudo da necessidade do quadro funcional, pois a maior parte das despesas de um condomínio normalmente recai sobre a folha de pagamento e seus reflexos. Um bom estudo e a implantação de um quadro enxuto permitem, em muitos casos, reduzir a cota condominial, sem que se perca a qualidade dos serviços prestados. Em muitos casos, é possível reduzir até 15% das despesas gerais e levar aos colaboradores maiores benefícios, como vale-refeição e plano de saúde. Em troca, eles entregam um melhor serviço prestado, refletindo na satisfação dos condôminos.

Medidas simples podem ter grande impacto no cotidiano dos condôminos, aponta o especialista. “Outro fator importante é a gestão de consumo de água, com a implantação de leitura dos hidrômetros individuais já existentes ou a instalação deles, naquele em que ainda não estiver disponível esse padrão. Além de trazer justiça aos moradores, que passam a pagar somente a sua parte do consumo, a medida tende a evitar as famigeradas cobranças das faixas extras de acréscimos, imputadas pelas concessionárias, pois haverá uma mudança coletiva do conceito no consumo e, consequentemente, deve-se perceber a redução do valor da conta de todos, em geral”, conclui.

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