Desmistificando a portaria remota versus a tradicional presencial

A substituição dos porteiros presenciais pelos serviços de portaria remota tem sido uma prática cada vez mais comum nos condomínios brasileiros graças à: (1) confiabilidade das tecnologias atuais; (2) crescente eficiência das centrais de atendimento; e, claro, (3) pela infraestrutura e processos, remotos e locais, cada vez mais robustos e voltados à excelência de atendimento.

Esse jeito de operar portaria é hoje bem mais seguro do que os porteiros presenciais, pois esses: (1) trabalham praticamente sem supervisão; (2) são expostos localmente às pressões de moradores e visitantes; e (3) ficam vulneráveis às abordagens no trajeto ao condomínio.

Por mais treinados que estejam, os seus porteiros representam uma fragilidade no acesso (físico e informações) dos condomínios, e também pelas eventuais faltas e desvios nas funções de trabalho dos mesmos.

O serviço de portaria remota é hoje uma opção mais inteligente à medida que substituiu as percepções pessoais pelos fatos, e dados extraídos de registros automáticos de vídeo, áudio e controle de acesso.

Quando bem implantada, a Portaria Remota se torna uma “plataforma de engajamento com as questões de segurança do condomínio”, e pode inclusive ser usada para incentivar melhorias contínuas e soluções para os eventuais riscos e vulnerabilidades, começando pelas questões básicas de convivência e qualidade de vida, e ao final alcançando a valorização dos imóveis do condomínio.

Além das vantagens acima, a portaria remota é comprovadamente mais econômica (de 50% a 60% de redução) em função do amadurecimento do mercado com ganhos de escala e produtividade, enquanto que os porteiros presenciais tendem a ficar cada vez mais caros em função dos dissídios da categoria, de custos de saúde e processos trabalhistas.

Em relação aos aspectos de desenvolvimento humano, a portaria remota defende a “ressignificação do trabalho dos porteiros” para que estes possam adquirir novas habilidades e conquistar perspectivas profissionais de maior valor agregado.

Sempre que nos pedem exemplos de onde isso aconteceu, lembramos dos antigos ascensoristas de elevador e hoje até da função de caixa, que vem diminuindo em função da evolução da tecnologia bancária e comercial.

Em reforço ao amadurecimento do mercado de serviços de portaria remota (em torno de 15 mil condomínios operando hoje no Brasil), cada vez mais as construtoras, corretores e administradores de imóveis têm se informado melhor e reconhecido as inúmeras vantagens desse modelo. Obviamente que essa é uma escolha individual de cada condomínio, e nos cabe aqui reforçar que existe a possibilidade de se manter uma portaria híbrida, parcialmente remota e presencial, pelas questões de comodidade e até de adaptabilidade cultural.

José Júlio Pereira é engenheiro pela Escola Politécnica da USP, pós-graduado no Advanced Management Program da Harvard Business School. Executivo por mais de 30 anos no Brasil e exterior. Investidor serial desde 2015, em várias startups. Sócio-gestor da Atende Portaria.

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