Aspectos práticos: entenda a importância do período de implantação

Quando o assunto é sobre implantação de condomínios, muitos moradores confundem os aspectos de um condomínio já implantado com os de implantação. Atualmente esse tema necessita de uma análise mais administrativa, visto que, para chegar na fase de inauguração de uma unidade, são necessárias diversas questões e ações a serem realizadas. “Nessa fase inicial de implantação, quando o síndico é eleito, ele tem que ter assessoria jurídica, advogado condominial, assessoria administrativa, uma administradora que seja especializada em implantação, além também da parte técnica de engenharia”, comenta a consultora comercial e síndica profissional, Andréa Oliveira.

Durante o período de implantação, desde a primeira fase até os últimos retoques, existem diretrizes que vão desde a parte da engenharia até questões administrativas, indo muito além de uma simples construção e organização. “Existem várias questões que envolvem a implantação, desde aquilo que é vendido até aquilo que é prospectado. Isso tanto na parte de condomínio quanto das unidades. Nós temos duas situações: implantação de condomínio, com o síndico responsável por avaliar todas as questões das áreas comuns, se o que está sendo entregue é aquilo que está no memorial descritivo, se é aquilo que realmente foi prospectado”, conta.

Outro ponto que a síndica destaca é a questão do orçamento do condomínio. “A parte orçamentária também precisa ser verificada. O condomínio é implantado e nem sempre a construtora vai te dar todo enxoval para implementar o condomínio. Tem que ter uma mínima estrutura para poder atender aquela implantação, e o síndico tem que verificar isso também”, explica.

E os documentos necessários do condomínio? Após a eleição do síndico, ele deverá solicitar à construtora uma série de documentos, desde a certidão de construção até a parte de Corpo de Bombeiros, projetos e plantas originais do empreendimento. “A certidão de construção, o alvará, laudo de vistoria, alvará para vistoria de elevadores, manual do síndico, projeto e plantas originais, projetos de instalações, certificado de garantia e notas fiscais, toda uma relação que a gente entende como as principais solicitadas”, ressalta Andréa.

Em relação ao morador nas implantações, é importante saber que alguns condomínios possuem o síndico responsável pelas áreas comuns, e o morador precisa dar o aceite junto à construtora para receber as chaves. “Com relação ao morador, é preciso ter uma assessoria. Quando ele recebe a sua unidade individual, é importante fazer uma vistoria, checar todos os itens de acordo com aquilo que foi contratado e ainda observar os prazos de garantia, porque tanto os condomínios quanto o proprietário da unidade têm prazos de garantia. E têm prazos que precisam ser observados para poder requerer”, esclarece Andréa. Muitos moradores confundem o papel de um síndico, e, principalmente durante essa fase, precisam ter o conhecimento de que o síndico é colaborador, ele não é responsável por questões internas, construtivas. “Um condomínio mal implantado, durante muito tempo, vai sofrer os impactos dessa má implantação”, aponta. 

Diante da formação desses condomínios de implantação, algumas obrigações permanecem com a construtora. Além das responsabilidades da construtora, o síndico precisa cumprir algumas manutenções quando o condomínio é implantado. “Se ele não cumprir, fará com que a construtora se negue, em alguns casos. O ponto principal da implantação é o síndico saber ou já ter feito implantações, procurar se especializar em implantações, inclusive antes de assumir um condomínio. Porque são vários cenários em que ele vai se responsabilizar”, diz. 

Andréa Oliveira reitera a importância da comunicação entre o morador e o síndico. “O síndico precisa ter comunicação com os moradores, que é fundamental em todo condomínio, até mesmo a forma de se comunicar com públicos diferentes”, finaliza.