É violência ou não o que acontece no meu condomínio?

Desde 2013 convivendo com violência no condomínio, sou incansável na busca por alternativas para amenizar o resultado das atitudes violentas dos condôminos.

Virou moda falar de inúmeros preconceitos, mas existem falsos defensores que, em vez de ajudarem, acabam atrapalhando o melhor convívio entre vizinhos.

Muitos problemas relacionados aos animais domésticos, por exemplo, são resultados de maus-tratos (falta de água e comida), abandono (ficar preso na coleira o dia todo dentro do imóvel), e é obrigação do síndico averiguar cada reclamação, pois além do incômodo de odores desagradáveis de fezes e urinas, excesso de barulhos de latidos e uivos contínuos e altos em qualquer horário podem indicar uma situação de risco do pet.

As crianças gostam de gastar energia, mas mantê-los no apartamento por tempo integral resulta em reclamações de barulho com brinquedos batendo no chão, bolas, pulos e cambalhotas, algo que um tatame de academia antirruídos já solucionaria. Deixá-los descer para o playground nos elevadores sem acompanhamento e achar que os colaboradores do condomínio são babás é uma reclamação normal, mas sem noção, que só se resolve com a solicitação do conselho tutelar.

Outra questão é deixar as crianças levarem os amigos da escola para usufruírem da piscina, sem respeito ao regimento interno e gerando responsabilidade extra para o guarda-vidas. Há também quem deixe as crianças menores em casa a sós, mas que se ausente por pouco tempo para ir à padaria, o que pode ocasionar acidentes muitas vezes fatais, como queda da varanda, incêndio na cozinha, vazamento de gás, ingestão de remédios por curiosidade. Não faltam perigos!

Ter idosos no condomínio é uma responsabilidade dobrada para a gestão condominial, pois o cadastro ativo e atualizado dos condôminos ajuda no monitoramento relacionado aos filhos e parentes mais próximos em caso de doença. E para uni-los aos condôminos é importante fazer ações de convivência, como diversão e atividades físicas. Cabe ao síndico utilizar sua sabedoria para doutrinar crianças e adolescentes.

A equipe, para o síndico, é, ao mesmo tempo, tão importante e tão sensível, uma vez que muitos condôminos não respeitam as obrigações e não aceitam o “NÃO” como resposta e se justificam ofendendo e inventando más condutas ao síndico.

Quando falamos em violência, logo nos vêm à cabeça as marcas na pele, mas muitas vezes a violência é psicológica, moral, sexual, social e econômica.

Ana Paula Vieira é vendedora e empreendedora desde 1989, síndica profissional e CEO do projeto Chá das Sindicas Empreendedoras Brasil desde 2013.

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