Você está preparado(a) para ser síndico(a) do seu condomínio?

Até certo tempo atrás, para alguém se habilitar à função de síndico(a) morador(a), também chamado(a) de orgânico(a), bastava ter como pré-requisitos disponibilidade de tempo e boa vontade para dar sua contribuição ao condomínio onde residia. Recordo-me quando assumi a gestão do condomínio pela primeira vez em 2012. Naquela época, minha vivência na administração condominial foi obtida pela participação anterior no conselho fiscal do condomínio. Com o passar do tempo no exercício da gestão, percebi que precisava aprofundar meu conhecimento, para desempenhar adequadamente então o grande desafio que é administrar um condomínio complexo como o meu: uma construção antiga, precisando de obras de infraestrutura e com um grande número de unidades privativas.

Passei, então, a buscar informações em revistas da área e na internet, pesquisei sobre a legislação, sobre as responsabilidades e deveres do(a) síndico(a), sobre as normas técnicas aplicáveis aos condomínios e acerca da importância de envolver de forma efetiva os moradores nas deliberações do que precisa ser feito no condomínio. Em suma, para realizar uma gestão consciente, transparente, de qualidade e passar segurança para os condôminos, é preciso buscar conhecimento, se capacitar e se manter atualizado.

Depois de frequentar cursos de curta duração que abordaram diferentes temas, me senti mais segura para avaliar as necessidades do prédio, fazer o planejamento de curto, médio e longo prazos, usar a comunicação para dar mais visibilidade ao que acontece no nosso ambiente e apresentar um plano de gestão discriminando as manutenções preventivas. Nesse contexto, me habilitei ao papel fundamental de mostrar aos condôminos que não sou eu, a síndica, que “quer fazer” determinada obra, passando a demostrar a real necessidade de realizá-la e como a mesma irá impactar a qualidade de vida da comunidade condominial e a valorização patrimonial decorrente.

Um síndico orgânico, comprometido com a função, deve estabelecer prioridades, liderar pessoas e apresentar resultados. Deixo aqui a minha sugestão, fruto de minha experiência: independentemente da sua área de atuação, a gestão condominial tem suas particularidades, por isso, a qualificação específica na área é tão importante!

Marise Pinheiro Nunes é bióloga, pesquisadora titular aposentada da Fundação Oswaldo Cruz – RJ, e síndica orgânica.

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