WhatsApp: use com moderação

Estabelecer uma comunicação eficiente no cotidiano dos condomínios vem se tornando um dos principais desafios dos síndicos e das administradoras auxiliares. Disso dependem o bom convívio entre moradores, funcionários, prestadores de serviço e todos os que, de alguma forma, estão ligados ao bom funcionamento da engrenagem condominial.

O que é, no entanto, essa tão almejada “comunicação eficiente”? Segundo Cherry (apud Marcondes, 2004), “definir comunicação não é tão simples, uma vez que o assunto se situa na fronteira de vários campos”. Isto quer dizer que há diversas perspectivas existentes sobre esse fenômeno, dependendo da área em análise. Como professora, cabe-me apresentá-lo sob a ótica pedagógica, que por sua vez pode ser aplicada às mais diferentes esferas da atividade humana, inclusive a condominial.

Para a pedagogia, a comunicação é uma atividade educativa, envolvendo o intercâmbio de experiências entre pessoas de diferentes gerações, cargos, contextos socioeconômicos e outros, de forma a promover a construção de um saber (seja ele qual for) para um lado ou para o outro, para o emissor ou o receptor da mensagem.

Podemos aplicar tal preceito ao universo condominial, citando, por exemplo, o famigerado aplicativo WhatsApp, que vem se tornando cada vez mais obrigatório, impondo-se como um dos principais canais da comunicação condominial. As mensagens canalizadas por esse app, entretanto, nem sempre culminam na construção de algum conhecimento. Isto porque, a depender de quem as recebe, do horário de envio, das palavras escolhidas e de alguns outros fatores, essas mensagens podem gerar o afastamento de seus interagentes em vez de promover uma troca produtiva de informações.

Com a pandemia, esse canal se tornou praticamente essencial para o dinamismo da comunicação, sabemos. Não devemos, porém, nos tornar ou fazer reféns desse fantástico instrumento com o qual a tecnologia nos presenteou. Portanto, antes de utilizá-lo, especialmente nos grupos, observe o horário, escolha palavras gentis e elabore frases objetivas. Dessa forma, as pessoas envolvidas no processo comunicacional, síndicos, moradores ou funcionários, certamente receberão sua mensagem de maneira mais aberta, o que evita a formação de ruídos e as interpretações errôneas, garantindo o efetivo intercâmbio de informações, isto é, a comunicação!

Cecília Egito é professora e revisora de texto em Língua Portuguesa, com prática nas duas atividades há quase duas décadas. Doutora em Estudos da Linguagem e mestre em Letras pela PUC-Rio, graduada em Letras pela Uerj.

Link