Como fazer um bom planejamento condominial para o ano que começa

Balanço das contas do ano que acabou, projeções de gastos futuros… É hora de fazer cálculos e programar a vida financeira do condomínio, com máxima tranquilidade

 
Jaime Roque
Robson Alves

Dissídio dos funcionários, gratificações de Natal, impostos, alta na taxa de inadimplência em janeiro, projeção de aumento das tarifas públicas, prestação de contas, com apresentação do balanço do ano que acabou… É hora de fazer ou revisar a previsão orçamentária para o ano seguinte, e esses são apenas alguns dos pontos a serem levados em conta. Por isso, é importante um planejamento bem definido para que não haja surpresas desagradáveis. A Revista dos Condomínios ouviu especialistas, que indicam os principais pontos que os síndicos devem observar neste início de ano, para ter um 2023 bem no azul e sob controle, sob o ponto de vista das finanças.

“Todos sabem que, de acordo com o Código Civil, o síndico é obrigado a prestar contas do ano que se encerrou e aprovar um orçamento para o novo ano. Essa previsão orçamentária é o início de um planejamento bem definido. Como estamos em transição política em nível nacional e estadual, devemos ter cautela nos gastos extraordinários, como obras de deleite de grande porte e outros gastos considerados supérfluos ou desnecessários. É necessária ainda a intensificação no controle da inadimplência dos primeiros meses do ano, pois, como já é sabido, um período de muitas contas como IPVA, IPTU, gastos escolares, cartão de crédito de final de ano, o que atrapalha a vida de muitas famílias e, consequentemente, o condomínio também”, afirma Jaime Roque, formado em Ciências Contábeis e administrador de empresas, diretor do Vale Síndico e proprietário da Administradora Ortecon, no Vale do Paraíba, em São Paulo.

Segundo ele, para a elaboração da previsão orçamentária, o síndico contará com a parceria da administradora. Juntos, e com base nos gastos e recebimentos do ano anterior, e nos aumentos previstos para o ano, cria-se uma planilha de custos, com contas de consumo fixas e com previsão de obras de manutenção e atualização de equipamentos. Importante lembrar que, além dos gastos, precisa ser previsto o reflexo da inadimplência, pois ela é a maior causadora de desgaste no caixa dos condomínios.

Robson Alves é administrador de empresas e consultor condominial. “A previsão orçamentária de um condomínio é fundamental para garantir que as despesas sejam cobertas e que haja recursos suficientes para melhorias e manutenções necessárias. É importante levar em consideração gastos do ano anterior, inadimplência, pagamentos dos funcionários (férias, 13º, rescisões contratuais, uniformes…), impostos, equipamento de segurança, contribuições previdenciárias, contratos com prestadores de serviços, manutenções preventivas, material de limpeza e escritório, seguro condominial, melhorias, obras e manutenções a serem executadas, inflação do período e uma margem para imprevistos”, enumera nosso segundo entrevistado.

Ele destaca ainda a importância de um bom planejamento orçamentário para o ano que se inicia, pois isso permite que o condomínio tenha recursos suficientes para as despesas e para investir em melhorias, aumentando o conforto e segurança dos moradores. “Além disso, um bom planejamento orçamentário permite que o condomínio possa ser mais eficiente na gestão financeira, garantindo um fluxo de caixa saudável e evitando problemas financeiros no futuro”, conclui.

Contatos

Jaime Roque

jaime-roque-410a07189

Robson Alves

@robsonalves.mento

Link