Um mercado aquecido e com muitas novidades

AVANÇO DA VACINAÇÃO E RETOMADA DA ATIVIDADE ECONÔMICA JÁ IMPACTAM POSITIVAMENTE O SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL, QUE BUSCA SE ADAPTAR AO NOVO PERFIL DOS COMPRADORES

 

Com o arrefecimento da pandemia de Covid-19, começa o aquecimento da economia, o que já provoca uma gradual retomada na construção de novos condomínios. Qual momento, de fato, vive agora este mercado? Quais são as tendências para os próximos meses e anos? A Revista dos Condomínios procurou Marcus Vinicius Bastos, CEO da Lopes Self Consultoria de Imóveis, para essa análise de forma detalhada. A empresa, em atividade há mais de três décadas, reúne ofertas de imóveis e de crédito imobiliário na cidade de Niterói (RJ) e região. O especialista, que tem uma larga experiência no setor, aponta, a seguir, quais elementos podem influenciar no resultado dessa equação.

“O aumento da produção de novas unidades na indústria da construção é uma realidade já constatada. São diversos lançamentos. O momento é de retomada do setor, pois, durante muito tempo, ficamos estagnados”, aponta ele, que segue seu relato. “No terceiro trimestre deste ano, tivemos alta nas vendas, tanto no segmento de imóveis novos quanto no de imóveis avulsos, mas iniciamos o quarto trimestre com uma sequência de alta dos juros, o que voltou a estabilizar as vendas, já apontando para uma desaceleração do setor. Assim, a demanda segue reprimida, pois é composta por famílias ainda com baixa capacidade de pagamento, e investidores cautelosos com o aumento dos juros. Assim, a sustentabilidade do mercado e o seu crescimento estão diretamente ligados ao rumo que o governo dará à política econômica.”

Então, seria este um bom momento para investir em imóveis? Segundo Marcus Vinicius, sim. O investimento em imóveis sempre foi um bom negócio para quem busca segurança e rentabilidade a médio e longo prazos. Ele afirma ainda que o atual cenário é ideal para os investidores de imóveis de alto padrão. E que há um novo perfil nestes condomínios que começam a ser construídos. “A tendência é de prédios sustentáveis, com uso racional da água, conceito co-living, pet friendly, mais tecnológicos, com suas áreas comuns adaptadas aos novos hábitos e necessidades pós-pandemia, espaços mais fluidos e amplos, com mais compartilhamento e muito verde”, pontua.

O impacto da pandemia no setor é evidente. Todo o tempo passado dentro de casa, com a adoção das medidas de distanciamento social, influenciou no aumento do interesse dos compradores. As pessoas estão se preocupando mais com o perfil dos imóveis. Uns querem mais espaço, outros fazem questão de varandas ou terraço. Alguns priorizam a localização, com comércio e serviços próximos, que dispensem o uso de transporte público na maioria dos dias da semana. Existem até mesmo clientes que buscam espaços menores, que exigem menos tempo para limpeza e manutenção, uma vez que passaram a ser mais responsáveis pelas atividades domésticas. As consequências da pandemia vão muito além daquelas do sistema de saúde, alterando nosso estilo de vida. E muitas delas, pelo visto, vieram para ficar.

Link