Atenção redobrada na chegada e na saída

Esse é o momento em que os condomínios, seus moradores e empregados ficam mais expostos aos bandidos. Alguns cuidados e equipamentos ajudam a minimizar os riscos

 
Marcy José de Campos Verde

Entrar e sair dos condomínios costuma ser um dos momentos mais perigosos, com maior possibilidade de abordagem por criminosos. Quase sempre, o foco é o carro. Mas eles podem se aproveitar para invadir o prédio. Quais cuidados o síndico deve implementar para garantir maior segurança aos condôminos? Tags de livre acesso, câmeras de vigilância, diminuição do tempo de abertura e fechamento dos portões, guaritas próximas ao local de acesso, com boa visibilidade… E os moradores: quais precauções devem tomar nesses momentos, de forma a não exporem a si mesmo e os outros a riscos?

“De uma forma geral, um condomínio tem uma barreira perimetral, que pode ser um muro de vidro ou de alvenaria, ou mesmo placa metálica ou outro material. Até mesmo a parede da edificação pode fazer esse papel. Nos condomínios costumam ser desenvolvidas diversas atividades em nome da segurança, algumas simultaneamente. E, talvez, a principal e mais importante seja o controle de acesso, pois as pessoas, os veículos e os materiais têm que entrar ou sair das unidades”, inicia Marcy José de Campos Verde, consultor sênior em Segurança Empresarial.

Nosso especialista prossegue em sua avaliação. “Durante a entrada ou saída de um veículo (carro, motocicleta, bicicleta), o condutor pode ser abordado por um ou mais criminosos, que estejam a pé ou de bicicleta ou motorizados, e cujo objetivo seja o telefone celular dos ocupantes do veículo, dinheiro, carteira com cartões ou até o próprio veículo. Com o avanço da digitalização e convergência, só o telefone celular já tem grande impacto, pois, além do valor do aparelho, há aplicativos de bancos (que permitem transferências indevidas), de redes de fast food (cartão cadastrado), de lojas diversas (cartão cadastrado), com documentos digitais (como RG, CNH, CTPS e carteira digital de profissões), sem falar na lista de contatos – até mesmo lista de clientes -, redes sociais e inúmeras fotos e vídeos. Outro objetivo de um criminoso pode ser utilizar esse condutor ou pedestre, invadir o condomínio para ir a uma unidade específica ou render o porteiro e roubar mais de uma unidade.”

A pedido da Revista dos Condomínios, Marcy indica procedimentos que podem ser adotados pelos síndicos. “Manter eclusa de pedestres com dois portões e sistema de intertravamento, no qual somente um abre por vez; iluminação adequada nos acessos de pedestres (projeto luminotécnico); implantar sistema de comunicação ou interfonia nos acessos de pedestres; sistema no portão de pedestres com leitor de acesso (alinhado à Lei Geral de Proteção de Dados) que identifique o morador ou outro pedestre (previamente cadastrado/autorizado), com porta externa que já se abre e a informação chega na portaria ou recepção para que, após a confirmação pelo posto de serviço, este libere a segunda porta; e sistema de câmeras de CFTV com visão noturna”, lista.

Outras medidas recomendadas são manter vistoria diária dos sensores antiesmagamento; avaliação do tempo de abertura e o fechamento dos portões; verificar se quem opera a abertura e fechamento dos portões tem visão direta ou por CFTV; implementar sistema de controle de acesso no portão externo para veículo pré-cadastrado e autorizado (TAG veicular individual como, por exemplo, adesivo autodestrutível) ou controle com frequência digital (anticlonagem) individual. Além disso, alguns condomínios utilizam um posto de vigilante na triagem de veículos ou pedestres, dia e noite ou, ao menos, em horários de pico. Vale ainda checar o funcionamento da iluminação pública e, no caso de pane, acionar de imediato o órgão competente para reparo; treinar a equipe que, no caso de necessidade, deve acionar o 190 da Polícia Militar; e participar de reuniões com outros condomínios, para trocar experiências e informações.  

“Ao se aproximar da entrada do condomínio, ou dele sair, o morador deve sempre observar se há pessoas próximas do portão e, caso existam, dar uma volta no quarteirão ou, se for sair, aguarde; avaliar os horários de pico do seu condomínio e, se possível, tentar sair mais cedo ou mais tarde; avisar ao síndico sempre que constatar que algum equipamento de acesso e/ou segurança estiver em pane; e, no caso de ser vítima de alguma ocorrência, não reagir, para não agravar a situação”, finaliza o consultor sênior em Segurança Empresarial, há mais de 28 anos no mercado, com mais de 1.800 projetos realizados, e auditor especialista do Inmetro desde 2014.

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