Resiliência: indispensável ao síndico (Parte 1)

A capacidade de vislumbrar um futuro, definir metas e objetivos, que abordei aqui na coluna na edição de dezembro, através da visão estratégica, é o começo de sua jornada. Outra habilidade indispensável para que você atinja seus objetivos é a resiliência. Uma habilidade socioemocional, indispensável aos síndicos e para a vida. Entre o ponto onde estamos até atingirmos nossos objetivos, temos um caminho a trilhar. Este caminho, por mais planejado que tenha sido, será repleto de desafios, obstáculos e adversidades. A maneira com que lidamos com eles é que fará a diferença. O que diferencia aquele que atinge seus objetivos daquele que desiste, sofre, coloca a culpa nos outros (ou em qualquer situação fora de sua responsabilidade), é o que chamamos de sua capacidade de resiliência.

Do latim resiliens/resiliere, significa voltar ao estado normal. A resiliência tem origem na Física e Engenharia, para definir a característica dos materiais resilientes, que ao passarem por alguma ação externa de pressão, quando cessada a pressão, são capazes de voltar ao estado normal, como os materiais flexíveis e elásticos.

Na psicologia, utilizamos o termo para definir um conjunto de processos sociais e intrapsíquicos que possibilitam a indivíduos manifestarem o máximo de inteligência, saúde e competência em ambientes de complexidade, instabilidade e pressão (CARMELO, 2008). É a nossa capacidade de adaptação e superação em situações de adversidades e estresse, que, através do enfrentamento, conseguimos construir novos caminhos, porém, nunca mais voltaremos ao “normal”, ao que éramos anteriormente. Diferente de materiais inanimados, para nós, essas situações devem provocar transformações. É incrível a capacidade do ser humano de reagir às dores, às perdas, aos problemas, às crises, quando tem sua resiliência bem construída/desenvolvida.

Por que alguns reagem melhor, conseguem se reerguer e superar, quanto outros adoecem, padecem, desistem? É a sua resiliência! Uma sociedade resiliente seria capaz de lidar de forma muito mais saudável com suas frustrações e crises, transformando-as em aprendizado e força, mas somos educados para o sucesso, e o fracasso é negado, ignorado. Nunca fomos educados para lidar com nossas frustrações, com nossas dores, isso sempre foi negligenciado e assim fomos, ao longo do tempo, não sabendo lidar com os fatores de risco à nossa saúde emocional. 

Assim como o aço, que não é encontrado pronto na natureza e é construído com a combinação de ferro, cobre, carbono e níquel, a resiliência também vem de uma construção/aprendizado e desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais que trazem fortalecimento e flexibilidade emocional. É importante ser forte, mas não rígido, para se adaptar e superar.

Quer saber como construir e melhorar sua capacidade de resiliência? Na próxima edição, continuaremos falando sobre ela.

Até lá!

Um grande abraço.

Ariane Padilha é professora, psicóloga, especialista em Gestão de Recursos Humanos e Marketing, consultora e síndica profissional da Fator G Condomínios, além de professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Gestão Condominial da Famaqui.

@arianepad

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