FORMAÇÃO DO SÍNDICO PROFISSIONAL EXIGE CONHECIMENTO TÉCNICO E PESSOAL

TÉCNICAS DE GESTÃO, RESPEITO ÀS LEIS, CAPACIDADE DE LIDERANÇA, DIÁLOGO E AUTOCONHECIMENTO SÃO ITENS QUE COMPÕEM A FÓRMULA DO ADMINISTRADOR IDEAL

Pode anotar aí: “Qualquer um não pode ser síndico, cargo que não é para amadores ou experiências de primeira viagem.” A frase é de Claudio Celino, presidente da Associação Brasileira de Síndicos (Abrasíndicos). Para o especialista, ainda há muitas comunidades que não compreendem o valor de um síndico profissional. Porém, todos podem compreender os direitos, os deveres e as punições. “Entendo que até mesmo um morador inexperiente pode se candidatar ao cargo, desde que conheça todas as tarefas que terá que desenvolver ao longo do mandato, quanto esforço isso tomará e quanto custará o exercício da função – fisicamente, financeiramente e psicologicamente – sabendo que esse é também um cargo político. Tenho certeza de que essa consciência já afugentaria os curiosos”, diz o especialista, destacando que o perfil desejado do síndico é o mesmo de que precisamos no conjunto da sociedade: pessoas íntegras, inteligentes, carismáticas e corajosas.

Engenheiro, mestre em Administração e professor do MBA em Gestão de Condomínios da Católica SC, Claudio Celino defende a profissionalização dos síndicos como fator de evolução da própria sociedade. “Vivemos numa crise de valores morais.” O condomínio é a menor representação do convívio social e, depois da família, o primeiro a ditar regras de convívio para o indivíduo. O síndico precisa ser valorizado e defendido para ser respeitado perante os condôminos, que serão submetidos ao controle social, sem o qual aquela comunidade se transformaria numa anarquia. “Então, até mais que o conhecimento técnico, o bom síndico precisa de ferramentas executivas e de liderança que, infelizmente, não são foco da maioria dos cursos de formação disponíveis”, explica.

Há diversos cursos no mercado – presenciais ou on-line cursos livres ou MBA – com cargas que variam de 20 a 300 horas, a depender do nível de profundidade e necessidade do aluno. O importante, segundo Claudio, é que contenham as quatro disciplinas básicas da gestão condominial: Controladoria; Jurídico; Operação (conforme ABNT NBR 41.000); e Gestão Executiva, que envolvem comunicação, recursos humanos e análise de desempenho da administração. “Existem opções para todos os gostos e bolsos. O Importante é o profissional se atualizar e aprender habilidades novas, pois o mundo está mudando, assim como a forma de lidar com as pessoas e as coisas”, sentencia.

Há boas dicas de quais parâmetros devem ser levados em conta no momento de fazer a sua escolha por um curso formal. “Existem três formas para comparar tecnicamente as opções de estudos. A primeira é a qualificação profissional dos componentes do corpo docente, ou seja, titulações, especializações, cursos livres e certificações da coordenação geral e dos professores. A segunda é a experiência comprovada no ramo a que o curso se propõe: há quanto tempo está no mercado, quantos alunos já formou, quem são esses alunos… No terceiro ponto, o conteúdo programático, que deve contemplar as quatro disciplinas básicas da gestão condominial, já citadas aqui. Acrescento, ainda, os depoimentos dos alunos. Eles completam as evidências de qualidade daquela instituição”, aconselha.

Não por acaso, para além das técnicas de gestão em si, e da preocupação com os aspectos legais da administração, o curso de Gestão de Condomínios da Católica SC abrange aspectos como aprimorar a capacidade de liderar equipes, de negociar e também se comunicar com funcionários, prestadores de serviços e condôminos, desenvolvendo talentos múltiplos. Na visão mais ampla da missão e das aptidões inerentes ao perfil ideal do síndico profissional, podem, então, ser considerados outros caminhos para aprimorar sua atuação e manter-se permanentemente atualizado. “Se autoconhecer é um deles. Quanto mais aprende sobre si, mais você percebe o quanto precisa melhorar. “Todos temos metas que ainda não atingimos”. Então, uma pergunta a se fazer é ‘quais habilidades eu preciso desenvolver para ser melhor naquilo que gosto de fazer’?, provoca Celino.

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