Com as novas tecnologias, o céu é o limite para os condomínios

Inovações tecnológicas ganham espaço nos condomínios, facilitam e transformam a vida dos síndicos e moradores, e ajudam até na nobre missão de promover a inclusão

 
Leonardo Sirqueira Júnior

Inteligência Artificial, Internet das Coisas, robótica avançada, cyber segurança, computação em nuvem, realidade aumentada… Como toda essa tecnologia, ou parte dela, pode desembarcar nos condomínios, e quais benefícios pode trazer e quais desafios pode nos ajudar a superar? Podemos começar pela eliminação de problemas e ruídos na administração e na comunicação. Hoje, os síndicos podem contar com softwares especialmente desenvolvidos para facilitar a gestão condominial e sistemas que possibilitam uma comunicação mais ágil e eficaz, garantindo a efetividade na entrega de comunicados – e no atendimento às demandas. Pioneira nos recursos de softwares, a COM21 já lançou funcionalidades surpreendentes para trazer os condomínios para a era digital.

A Ligação Inteligente, por exemplo, permite transformar mensagens de texto em ligações automáticas para os condôminos, com transmissão da mensagem via áudio. Assim, gestores potencializam a eficácia da entrega dos comunicados, poupando tempo e esforços na comunicação com os condôminos. A inovação se completa com a Inteligência Artificial. Através de um chat inteligente, o recurso automatiza a solução de demandas simples dos moradores, como pedidos de emissão de boletos e solicitação de reserva de áreas comuns do prédio. E conta com uma vantagem viabilizada pelo meio digital: atendimento 24h, sete dias por semana, sem custos com funcionários extras.

Grandes encruzilhadas da história da humanidade nos levam sempre a inovar. “Em 1918 teve início a gripe espanhola. Infelizmente, estima-se que morreram em torno de 50 milhões de pessoas. Com seu fim, logo no início de 1920, começou um novo momento. E começaram a surgir tecnologias. Foi naquele ano que foi ao ar a primeira emissora de rádio dos Estados Unidos, e isso começou a aproximar as pessoas, cansadas de ficarem trancadas em casa. A sociedade começou a ter informações nos bares, restaurantes, nas praças, campos de futebol… O cinema ganhou força e se tornou um grande ponto de encontro. Também a vida ficou mais fácil com o surgimento da indústria de eletrodomésticos, com televisão, geladeira, máquina de lavar roupas…”, aponta Leonardo Sirqueira Júnior, empresário, cursando Engenharia de Telecomunicações na UFF, e gestor da Porter Niterói.

E agora, o que vai mudar no pós-pandemia do coronavírus? “O home office veio para se tornar algo normal no mercado condominial. Muitas empresas já decidiram que terão essa modalidade de trabalho de forma definitiva, mesmo quando a pandemia acabar por completo. Com isso, as pessoas estão trocando o tempo que levavam para se locomover para o trabalho, por ficar com a sua família e fazer coisas que não estavam acostumadas, como caminhar, fazer exercícios, levar as crianças no parque. Então, os apartamentos estão se dividindo em local de moradia e trabalho. Aquele quartinho da bagunça agora virou o escritório oficial onde precisa ter uma internet ‘mega power’, uma iluminação diferente da que havia, um ar-condicionado, um isolamento acústico”, ressalta ele.

No início do século passado, as tecnologias surgiram como um grande alívio para a população, que passou quase três anos escondendo-se da gripe espanhola. A aposta é que a tecnologia faça o mesmo agora. Quer dizer, já está fazendo, no mercado condominial, com o maior uso de tecnologias como assembleias virtuais; prestação de contas online; armários inteligentes; monitoramentos de sensores online IoT (Internet das Coisas); secretárias virtuais dentro dos apartamentos; elevadores inteligentes; telemedicina; interfone virtual; garagens suspensas; maçanetas eletrônicas; olho mágico digital; portaria remota; aplicativos de acompanhamento de treinos e exercícios físicos e mediação de conflitos online, entre outras novidades que ainda vão surgir.

Odirley Rocha

Tecnologias para a inclusão social

Os avanços tecnológicos podem ajudar também na inclusão dos condôminos com deficiência. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 17,3 milhões de pessoas com deficiência. Isso corresponde a 8,4% da população brasileira acima de dois anos. “Fico imaginando um morador de um condomínio que precisa usar a linguagem de sinais para se comunicar com o síndico ou até mesmo com outro morador. Ou a pessoa com deficiência visual; quantos obstáculos encontra no local onde sonhou e decidiu morar. Querendo participar de uma assembleia e dar o seu parecer, sua opinião. Não deve ser fácil essa situação…”, pontua Odirley Rocha, diretor de Segurança do Porter Group e atuante no mercado de Segurança há mais de duas décadas.

O ‘Hugo’ é o avatar da Hand Talk, plataforma que está ajudando a resolver o problema do morador surdo e mudo. Trata-se de um aplicativo que utiliza a Inteligência Artificial, junto com a leitura do reconhecimento dos sinais, e transcreve em texto ou em áudio o que a pessoa está querendo falar. Já são mais de quatro milhões de downloads. Para o morador que é cego, ou tem pouca visão, existe o aplicativo Seeing AI, capaz de armazenar as fotos dos amigos. Daí, quando eles chegarem perto, basta virar a câmera do celular para que identifique quem é, e até mesmo como está vestido, ou se está feliz. Outros recursos são a leitura de textos e o reconhecimento de objetos, além das cédulas de dinheiro. O mais incrível é que o morador pode ir no playground e virar a câmera para a cena, que o aplicativo vai descrevê-la em áudio: “Há duas crianças brincando, uma no escorregador e outra parada em pé.” A vida para esse morador vai se tornar mais fácil, segura e integrada.

“O Be my Eyes é outro aplicativo muito interessante. Você baixa e se cadastra como voluntário, enquanto o morador com deficiência visual faz o mesmo, só que como usuário. Quando ele precisar de ajuda, pode fazer uma chamada em vídeo. Neste momento, o voluntário mais próximo é conectado, e pode auxiliar o vizinho, respondendo suas dúvidas, tipo: será que tal aparelho está ligado? Em qual HDMI está aparecendo agora na minha TV? Acabei de virar uma panela, pode ver se está pegando fogo, por favor? Pense num mundo mais solidário, e em como isso vai ajudar no cotidiano desse morador. Síndico, vamos abraçar as tecnologias e incluir essas pessoas nas suas reuniões? Assembleias? Tenho certeza de que elas estão ansiosas para participar e contribuir com a gestão do condomínio”, provoca Odirley.

Link