Síndico amador: Um mau negócio para o condomínio?

Marcia mendonça
Arnaldo Dias

A função de síndico exige diversas competências. Além de administração de condomínios, é possível citar a importância da psicologia, para saber lidar com os diversos momentos de conflito; contabilidade: para realizar as prestações de contas com simplicidade, transparência e manter o condomínio com as todas as taxas e tributos pagos; direito, pois existem diversas leis específicas que abordam o ambiente dos condomínios; engenharia, para tornar mais fácil identificar que obras são necessárias realizar; arquitetura, para reconhecer as tendências de mercado e poder valorizar os investimentos realizados por cada morador. Porém, não são todos os gestores que possuem todos esses conhecimentos. 


Censo da SíndicoNet 

Segundo o Censo da SíndicoNet, o percentual de condomínios que optam por síndicos profissionais passou de 6% no ano de 2013, para 18% em 2021. Portanto, um aumento de 12%. Os dados mostram que, cada vez mais, os condôminos estão buscando pessoas profissionalizadas ao invés dos gestores amadores que, muitas vezes, são os próprios moradores.  Afinal, o gestor profissional é um gestor completo, correto? Marcia Mendonça, contadora e síndica, explica que “o síndico profissional não é completo, porém é o mais preparado por conta da sua experiência profissional e conhecimento de uma ou mais áreas correlacionadas ao setor” – explica.

Um ponto importante que devemos explicar é que, o síndico amador é aquele síndico morador que está se colocando na posição de gestor para ajudar os condôminos e o condomínio. Porém mesmo sendo síndico amador, ele pode receber algo em troca daquele serviço prestado como: pró-labore e isenção ou diminuição da cota condominial. O síndico profissional, Arnaldo Dias Filho, que é contador e advogado condominialista, com mais de uma década de prática no setor, nos ajudou a entender um pouco mais sobre o assunto. 

“Primeiramente, precisamos diferenciar com cautela a figura do síndico amador daquele chamado síndico profissional. O síndico amador é aquele que faz por amor. O proprietário que, visando cuidar do seu patrimônio, decide assumir tal encargo. Ao passo que o síndico profissional exerce a função com o intuito de obter lucro” – argumenta Arnaldo Dias.

Muitas pessoas podem pensar que o síndico amador é um mau síndico, pois não possui os estudos necessários ou a experiência que um profissional possui. Porém, ele pode ser até melhor do que um profissionalizado. Como Arnaldo disse acima, o amador faz por amor ao trabalho, faz pelo desejo de ajudar a comunidade. Marcia Mendonça e Arnaldo Dias selecionaram alguns pró e contras sobre os gestores amadores. 


Prós: 

  • Possui boa vontade de fazer
    o trabalho;
  • Faz com amor; 
  • Objetivo do trabalho é ajudar a comunidade; 
  • Geralmente não busca retorno financeiro.


Contras:

  • Coloca em risco a vida do condomínio; 
  • Não possui experiência do
    dia a dia; 
  • Não possui estudo na área;
  • Não busca o aperfeiçoamento e a atualização constante;
  • Falta de experiência em diversos assuntos como: assembleia, normas condominiais, negociação de contratos, solução de diversos problemas, entre outros.

 

É notável informar que todo síndico amador pode se profissionalizar, nada o impede de buscar meios de profissionalização na área. Dessa forma, o gestor que possuir o desejo de se aprimorar na área, estudar e buscar cada vez mais experiência, podem se inscrever em cursos preparatórios e muitos deles são gratuitos, frequentar seminários e congressos também é uma ótima maneira de estar conectado com o ambiente condominial e evoluir na área. 

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Marcia Mendonça

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