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CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES DEVEM GARANTIR A ACESSIBILIDADE E A SEGURANÇA DE PESSOAS DA TERCEIRA IDADE NOS CONDOMÍNIOS

 

Diante do aumento significativo da expectativa de vida do brasileiro do século passado para este, tendo em vista que em 2019 o número de idosos chegou à marca de 32,9 milhões, superando o número de crianças com idade até 9 anos, as condições de acessibilidade e cuidados para essa faixa etária da população não cresceu na mesma proporção, tanto assim que muitos deles acabam sendo vítimas de acidentes por conta de algumas armadilhas presentes nos condomínios, como por exemplo iluminação precária, piso escorregadio, ausência de rampas, falta de sinalização adequada e de corrimãos. Problema que pode ocorrer inclusive em suas próprias residências.

De acordo com a advogada especialista em terceira idade e acessibilidade de condomínios Rose Ferreira, os idosos precisam de cuidados especiais para que não estejam sujeitos aos riscos em situações básicas do cotidiano, garantindo a mobilidade com segurança e respeito. Nesse sentido, dentre a lista de mudanças que c o n d o m í n i o s precisam adotar, alguns dos principais são: projetos de iluminação, escolha adequada de mobiliário, cuidado na adoção de cores que permitam os contrastes necessários para prevenir quedas, esse um dos maiores riscos às pessoas da terceira idade, além de treinamento de funcionários que precisam estar atentos para agir de forma segura e preventiva.

Segundo ela, mais de 9,6 milhões de pessoas a partir dos 60 anos sofrem com quedas por ano, enquanto entre aqueles com mais de 80 anos esse número supera os 2,1 milhões. Ambos os dados são alarmantes.

“Eu percebo que muitos síndicos e muitas administradoras de condomínios ainda acham que acessibilidade é construir rampas”, enfatiza Rose. “Essa é uma ideia completamente equivocada, pois a acessibilidade no ambiente condominial é um estudo amplo de todo o espaço”, completa a advogada, que presenciou de perto como o processo de envelhecimento do avô afetou não só a própria vida dele, como de todos ao seu redor.

Com toda essa bagagem pessoal e de posse de dados preocupantes, Rose Ferreira virou uma defensora da terceira idade e acabou criando os selos “Condomínio amigo do Idoso” e “Empresa amiga do idoso”. Amparada pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003 e pela Lei 10.098/2000 (Lei da Acessibilidade), além da Norma Técnica 9050 da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), ela garante aos idosos uma qualidade de vida maior e propõe que, inclusive os prédios mais antigos precisam passar por reformas para que possam atender esse público e, caso não seja feito, os condomínios poderão arcar com “perdas financeiras substanciais”, diz. Ela alerta também que em muitos edifícios antigos as adaptações para promover uma maior acessibilidade “são simplesmente impossíveis do ponto de vista físico”.

A iniciativa, porém, não funciona apenas como uma forma de proteger a terceira idade de situações potencialmente catastróficas, mas também como maneira de conscientizar aqueles que buscam entender como é possível e prazeroso ter contato com a terceira idade. Por meio de parcerias com o Aprimora e o CBEPJUR, são desenvolvidos cursos sobre a importância dessas adaptações e da acessibilidade junto a profissionais de diversas áreas, tudo, claro, em função de uma vida melhor para os idosos.

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