Pragas e infestações devem estar sob controle

A tarefa de eliminar cupins, baratas e ratos exige do síndico atenção na busca e contratação de empresas especializadas, além de bons hábitos dos condôminos

 
Jorge Claudio

O verão já deu as caras e, com ele, as altas temperaturas em quase todas as regiões do país. E, com os termômetros lá nas alturas, explodem as infestações. O que é possível fazer para manter o condomínio livre de pragas e insetos? Existe uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de número 52/2009 e, recentemente, a Lei 7.806/2017, que dispõem sobre o funcionamento de empresas especializadas na prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas. Há condomínios que optam por um controle mensal de vetores, até para que a aplicação dos produtos saneantes e desinfetantes seja mais diluída e menos prejudicial à saúde.

Para começo de conversa, explica Jorge Cláudio Pereira, advogado e gestor com mais de 25 anos na área de gerenciamento é de extrema importância que o condomínio contrate os serviços de uma empresa especializada com registro no Instituto Estadual do Ambiente (INEA), além de ter um responsável técnico habilitado, para fazer a análise dos problemas nas áreas de controle de vetores, sendo que a empresa fornecerá um laudo dos serviços necessários no combate ao controle das pragas.

“A empresa especializada fará o aconselhamento acerca da frequência da limpeza, dos produtos que podem ser utilizados e sua quantidade, respeitando as leis ambientais. Porém, o síndico deve orientar os funcionários e moradores sobre a manutenção da higiene, a forma de acondicionar o lixo orgânico, a separação do lixo reciclável, e sobre não juntar entulhos, seja no interior da residência e muito menos nas áreas comuns. Até esmo os ambientes adjacentes (casas ou prédios vizinhos), a limpeza pública e os hábitos de higiene das pessoas influenciam na propagação dos vetores”, aponta nosso entrevistado, que atua à frente da Ômega Consultoria e Assessoria em Gestão Predial.

As infestações mais comuns em condomínios são ratos, baratas, formigas, traças, mosquitos e cupins. Embora os cupins não transmitam doenças diretamente, a praga pode aumentar os problemas alérgicos e respiratórios, uma vez que destroem tudo que contém celulose (livros, móveis, rodapés). O resultado, em forma de pó, afeta pessoas mais sensíveis. Sem contar o grande estrago e o consequente prejuízo que podem trazer. “Os cupins de madeira são os mais comuns, mas os mais agressivos penetram nas alvenarias e podem até formar colônias em rebaixamentos de gesso ou qualquer outro vão da edificação. Neste caso, além da alvenaria, atacam toda espécie de madeira que tem contato com essa estrutura, como móveis embutidos”, alerta.

Nosso entrevistado afirma que cabe ao síndico pesquisar empresas e procurar informações, na administradora do condomínio ou por meio de pesquisa nas redes sociais, para saber quais têm melhor avaliação. A relação ‘custo X benefício’ tem que ser levada em conta, não se deve somente contratar a empresa com o menor preço. “Por mais seja clichê, o barato pode sair muito caro, pois o condomínio estará a zelar pela saúde e pelo patrimônio dos moradores. E a saúde, principalmente, não tem valoração. Mas também os bens materiais. Imagine a destruição daquelas fotos de família antigas, ou daquele móvel que pertenceu aos seus avós? Qual o valor patrimonial desses itens? Não há como estimar. Portanto, não se deve economizar alguns reais na hora de investir num eficaz controle de pragas”.

É fundamental que a empresa escolhida possua (e apresente) Licença do CRBio (Conselho Regional de Biologia) tanto da empresa quanto do seu biólogo; Licença da Anvisa para controle de pragas e Licença do INEA para dedetização e higienização de reservatórios. Fuja das empresas clandestinas, que podem causar grave problema sanitário para o condomínio, e o síndico será o responsável. O gestor deve ainda ter atenção à consciência ambiental da empresa, em prol do bem-estar do meio ambiente e da sanidade dos moradores. Empresas tradicionais do mercado, como a Dedetizador Fulmegan e a Impacto Dedetizadora, podem dar orientações técnicas que passam, inclusive, pela postura de cada condômino.

“Os cuidados individuais dos moradores são muito importantes para a coletividade. Muitas vezes ovos de baratas entram nas nossas residências, inadvertidamente, em embalagens de papelão. E, sem saber de onde, se inicia uma infestação de pragas. Da ooteca – depósito de ovos – de uma barata francesinha podem nascer em média 37 baratas. Já a ooteca de uma barata de esgoto pode gerar em torno de 25 indivíduos. Assim, os hábitos de higiene e o cuidado com o manuseio de materiais externos são de suma importância. Também, todo lixo orgânico deve ser ensacado e descartado em local apropriado, e tanto a dedetização quanto a desratização, para serem eficazes, devem ser realizadas em períodos específicos, levando-se em consideração o tempo de incubação. Os prazos estabelecidos pelas empresas devem ser cumpridos à risca, para os serviços rotineiros e o reforço do controle de vetores”, reforçou Jorge Cláudio Pereira.

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