Gestão de riscos, compromisso fundamental

A prevenção é uma das atribuições primordiais dos síndicos. Livro destaca quais pontos os gestores dos condomínios devem ter mais atenção

 
Carlos Alberto dos Santos

Profissional com mais de 25 anos no mercado de seguros e gestão de riscos, Carlos Alberto dos Santos fundou há dez anos a Condorisk do Brasil. Atua com análise e mitigação de riscos em condomínios, elaboração de manual de emergência e de plano de manutenção, além de treinamento operacional. Após realizar vistorias em cerca de 500 condomínios nos últimos dez anos, acumulou grande experiência, compartilhada no livro “E Agora, Condomínio? Gestão de riscos operacionais, uma cultura, uma necessidade”. A obra, de 168 páginas e organizada em nove capítulos – sistemas e usos, parte estrutural, fachada, hidráulica, elétrica, gás, sistema de prevenção e combate a incêndio, elevadores, áreas comuns, planos de emergência, contingência e manutenção –, é uma aliada vital dos síndicos. A convite da REVISTA DOS CONDOMÍNIOS, o especialista divide seu conhecimento também com nossos leitores.

“É importante os síndicos entenderem o que é ‘Risco’, que, na mais direta leitura, é a exposição a chances de acontecerem perdas ou danos. Quanto mais vulnerabilidades e ameaças tivermos, mais riscos eles enfrentarão. A partir desse entendimento, será necessário classificá-los. Dentro de um condomínio há riscos operacionais, materiais, patrimoniais, físicos, financeiros, entre outros. Porém, muitos síndicos sempre se preocupam mais em mitigar os riscos que estão no seu campo de olhar ou somente tomam uma ação após ter uma determinada ocorrência ou problema. Isso é muito comum nos dias de hoje e errado, no meu ponto de vista, como profissional da área”, inicia Carlos Alberto dos Santos, também palestrante.

Assim, nosso entrevistado destaca que cada condomínio tem uma particularidade. Portanto, o síndico, quando assume a administração, tem por obrigação conhecer tudo e fazer um levantamento das necessidades e, principalmente, as irregularidades. E, dependendo da situação, é importante ter a ajuda de um profissional especializado para ajudá-lo nesse levantamento. Isso o ajudará, inclusive, a identificar qual o nível de prioridade que as ações deverão ser tomadas, pois, se deixar a cargo dos condôminos, é comum que optem mais por benfeitorias do que manutenções. “Os principais riscos operacionais, na ordem, são: incêndio, elétrica, fachada, gás, piscina, playground, hidráulica e os próprios condôminos”, sentencia ele, que prossegue.

“Como eu cito no meu livro, quando o gestor está atento ao potencial de risco gerado por uma falha na manutenção – por exemplo, defeitos em um brinquedo do playground, instalações elétricas precárias que possam causar curto-circuito, fiação desencapada nas áreas comuns que possam gerar choque no condômino ou funcionário, elementos da fachada com possibilidade de queda, enfim, por um sem-número de inadequações que observamos diariamente –, ele consegue tomar uma medida, ser proativo e afastar o perigo. É certo que o síndico não tem condições de ficar 24 horas por dia à disposição do condomínio, verificando cada instalação ou área técnica. Portanto, é de extrema importância ele dispor de uma equipe bem alinhada e, principalmente, capacitada para que essa, sim, faça esse monitoramento e os apontamentos necessários e as devidas ações.”

Exemplos de etiquetas hidráulicas

Prevenir será sempre mais barato do que consertar

Com Certificação AIRM (Alarys International Risk Manager), concedida pela Alarys (Fundación Latinoamericana de Administración de Riesgos y Seguros) e reconhecida nos Estados Unidos pela RIMS (Risk Management Foundation) e, mundialmente, pela IFRIMA (International Federation of Risk and Insurance Management Associations), Carlos confirma a tese de que prevenir é sempre mais barato do que consertar ou arcar com os danos causados por um acidente.

“Sem dúvida, a prevenção tem que vir sempre em primeiro lugar Síndicos que esperam algo acontecer para tomar uma ação estão totalmente equivocados e colocando em risco sua própria profissão. O síndico, porém, não tem autonomia para sair gastando os recursos do condomínio, isso quando encontra uma situação saudável. Mas ele tem que fazer, por obrigação, o levantamento das necessidades e custos para apresentar aos condôminos para tomada de decisão em conjunto. É nessa situação que o síndico terá que desempenhar um bom papel, convencer primeiramente o conselho e depois os condôminos de que, se não houver recursos financeiros para realização das manutenções necessárias, haverá riscos que todos enfrentarão pela frente, além da desvalorização do patrimônio de cada um”, alerta ele, que conclui.

“É impraticável ser um especialista em tudo, mas o síndico pode e deve ter uma equipe de apoio bem orientada e qualificada para identificar essas falhas como citado anteriormente. Porém, em determinadas situações, ele também necessitará de um suporte através de um profissional técnico especializado quando houver necessidade, para garantir que todas as instalações da edificação estejam em plenas condições de operação, atendendo às normas e leis, uma vez que ele responderá civil e criminalmente, nos casos de acidentes mais graves, especialmente com vítimas.”

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