Segurança condominial ajuda na hora de comprar um imóvel

Especialistas comentam que entre os itens que fazem a diferença na hora de efetuar uma compra de imóvel estão a segurança e a tecnologia

 
Odirley Rocha e Armando Siqueira

Já se foi o tempo em que potenciais compradores davam atenção apenas para itens voltados ao lazer. Atualmente, famílias ou pessoas que moram sozinhas possuem outros focos na hora de efetuar a compra de uma unidade privativa, ou seja, do seu apartamento. A segurança está ganhando cada vez mais destaque, afinal, apesar do condomínio, em sua estruturação, ser um espaço mais seguro por conta das câmeras, portões altos e presença de porteiros, a criminalidade, quase que como um vírus, vai evoluindo junto com as adaptações realizadas para garantir o bem-estar dos condôminos. 

Por isso, o que não pode faltar atualmente desse ponto de vista? O que as pessoas mais buscam para que seus dias possam passar sem problemas? Foi o que conversamos com Odirley Rocha, uma das referências do setor de inovação e tecnologia em condomínios do Brasil, e Armando Siqueira, diretor comercial e de marketing da Pro Security, empresa do ramo de segurança.

Odirley apresenta um dado que, de cara, pode chocar bastante: “Cerca de 90% das invasões dos nossos condomínios, segundo dados da Polícia Militar de São Paulo, são pela porta da frente ou pelo portão veicular. Esse é o ponto crítico. O ladrão não vai cavar um buraco para entrar, ele vai entrar pela porta da frente”, disse. 

Por isso, é importante que as construtoras tenham atenção a esse ponto. Afinal, todo segundo, dependendo da situação, pode ser crítico. O entrevistado seguiu seu discurso demonstrando insatisfação com a escolha de portões que, por exemplo, ainda contam com temporizadores para serem fechados. 

“Esse é um ponto grave. Muitos condomínios ainda têm portões de baixa velocidade, e a questão da temporização, esse é um procedimento que é fardado à falha. O morador, na hora que passar pelo portão, ele já tem que levantar por um sensor, e, caso não tenha, é necessário que exista um botão, não pode ficar mais na temporização”, comentou. 

Um estilo de portão, por exemplo, que ganha cada vez mais destaque no meio condominial por conta de oferecer uma segurança maior, são os portões “Clausura”. Numa tradução literal, ele significa “fecho”, e é uma tecnologia já usada em bancos, por exemplo. O grande ponto desse modelo é, na realidade, a utilização de dois portões, mas o segundo só abre quando o primeiro estiver completamente fechado.

Por sua vez, Armando nos informou sobre a necessidade de contar com profissionais capazes de diagnosticar detalhadamente o perímetro do condomínio e a importância do “RASP”. 

“Com esse relatório, é possível quantificar o necessário para adequação do sistema de segurança eletrônica. Esse tipo de adequação pode ser bastante onerosa para o caixa dos condomínios e pode ser feito e ajustado para adequação em etapas dos mais para os menos prioritários”, indagou.

E onde entram os aplicativos, afinal, se o assunto é inovação e praticidade, ter acesso à informação e possibilidade de resolução de problemas na palma da mão é algo que merece destaque. Odirley chama atenção para os softwares que já existem e funcionam para facilitar a gestão condominial. Ele fala que os aplicativos são de grande ajuda, porque já existem apps que mostram, juntamente com a rede de câmeras, se uma pessoa está entrando ou até mesmo um arrombamento. 

“Toda vez que tiver um acesso no condomínio já vai um arquivo de imagem com aqueles dez segundos do acesso. Eu vou lá na minha timeline do meu aplicativo de segurança, no controle de acesso, e consigo ver se a minha filha entrou com a bolsa dela (..) essa é uma dor que o síndico enfrenta hoje, não pode ficar dependente de alguém para conseguir imagem, porque os moradores pedem muita, então é melhor dar esse acesso a eles logo”, completou.

Por fim, Armando falou a respeito das tendências que já começam a aparecer na mente do consumidor não apenas para 2023, mas para o futuro em geral. 

“A tecnologia para apoio à segurança e controle de acesso é caminho sem volta para os condomínios, primeiro, para apoiar a equipe de homens que a cada dia que passa tem que lidar com uma população interna cada vez maior e mais exigente; e segundo, porque a tecnologia começa a substituir, quando possível, parte da equipe de mão de obra que está cada vez mais cara e escassa, e se torna um grande vilão das cotas condominiais. Também vemos cada vez com mais intensidade uma população tecnológica e sedenta por recursos ainda restritos nesse meio. Com essa demanda, esperamos um avanço muito grande no reconhecimento facial e desaparecimento da biometria, apps seguros para controle de acesso que agilizam entrada de terceiros e a portaria remota que ano a ano vem ganhando mais adeptos”, finalizou.

Contatos

Odirley Rocha

Armando Siqueira

Link